A manifestação acontece hoje, início da tarde em Portugal, porque é o primeiro dia de trabalho dos deputados após o recesso parlamentar durante o verão na Europa.
Após parecer negativo do Tribunal Constitucional, o pacote anti-imigração foi vetado pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
No entanto, o governo de centro-direita da Aliança Democrática (AD), que teve apoio da ultradireita do partido Chega na aprovação, vai insistir no pacote anti-imigração nos próximos meses.
Deputados do Chega saíram do Parlamento declarando que queriam falar com os imigrantes, mas foram vaiados e contestados.
Um brasileiro rebateu o candidato do partido de extrema direita à Presidência da República, André Ventura: “Nós respeitamos as regras. Você está manipulando os portugueses”.
Além de organizações como a Solidariedade Imigrante, Casa do Brasil de Lisboa e a Associação de Apoio a Emigrantes, Imigrantes e Família (AAEIF), o protesto atraiu portugueses.
Em carta aberta, dezenas de personalidades da sociedade portuguesa endossaram apoio e ressaltaram a importância dos imigrantes “para uma democracia mais forte”:
“Condenamos a criminalização política dos trabalhadores imigrantes, que ficam anos à espera de autorização de residência, transformados em bodes expiatórios dos problemas que o governo não resolve”.
Fundadora da AAEIF, Sônia Gomes explicou os motivos da manifestação:
— Não é para pedir portas escancaradas, é por dignidade no momento de fazer a documentação. Nós construímos Portugal todos os dias — disse ela, continuando:
— Esta manifestação pede coerência nas exigências que Portugal tem feito. É uma população que contribui com Portugal.
A carta aberta endossa as palavras de Sônia:
“Os imigrantes são essenciais para o nosso país. Ajudaram a combater os incêndios lado a lado com os portugueses. Trabalham em setores que não sobreviveriam sem eles. Garantem a sustentabilidade do Estado social e a renovação geracional. Devem ser acolhidos com igualdade e respeito”.