ROPPONGI - 970x250

Brasil vive ‘2ª pandemia’ na saúde mental, com multidão de deprimidos e ansiosos

O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos

por Vinicius Bracht

“Suicídios sobem sem parar e matam mais que acidente de moto”.

Essa frase impactou a gente demais. Acidente de moto é sempre muito feio porque o motorista está vulnerável. A gente consegue enxergar a falta de segurança que um motoqueiro tem. Mas e a saúde mental, como a gente faz pra ver?

Mesmo que todas as pessoas que colocam o suicídio como a salvação dos problemas andassem por aí com a cara mais triste do mundo, ainda assim seria difícil poder ajudar todo mundo que precisa de acolhimento. E esse número triste e invisível não para de crescer aqui no Brasil.

O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.

Enquanto no mundo o número de suicídios tem diminuído, aqui no Brasil ele aumenta.

“Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva”, afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e que tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: “Às vezes, a gente só tinha o almoço ou a janta”.

O pior vilão dessa história é a cultura de ver saúde mental como besteira ou frescura. Isso faz com que as pessoas se vejam sem saída e busquem essa ‘solução definitiva’.

Preste atenção se alguém perto de você precisa de ajuda e procure o Centro de Valorização da Vida no número 188, que atende ligações gratuitas, 24 horas por dia.

Related Posts

Deixe um Comentário