Um mês após a marcante inédita derrota para o Japão por 3 a 2 —que expôs falhas coletivas e individuais e tirou a seleção brasileira da zona de conforto—, o Brasil voltou a campo para mostrar se havia aprendido algo. Neste sábado (15), com uma postura mais agressiva e ajustes táticos que deram equilíbrio ao time, a equipe venceu Senegal por 2 a 0, diante de 58.657 pessoas no Emirates Stadium, em Londres.
Os três gols sofridos no segundo tempo diante dos japoneses tiveram impacto imediato nas escolhas de Carlo Ancelotti para o amistoso contra o elenco africano. O esquema 3-2-5 usado nos compromissos anteriores deu lugar a uma formação mais conservadora, com Éder Militão escalado pela primeira vez como lateral-direito, em um 4-2-4.
Motivo de preocupação para o treinador, a defesa brasileira havia levado apenas um gol sob seu comando até o tropeço contra o Japão —na derrota por 1 a 0 para a Bolívia, pelas Eliminatórias.
A mudança também ficou evidente no ataque. Funcionou bem o quarteto formado por Vinicius Junior, Rodrygo, Matheus Cunha e Estêvão. Todos levaram perigo à defesa senegalesa, e o jovem do Chelsea foi o responsável por abrir o placar.
Aos 27 minutos, Casemiro tentou cavar um passe para Bruno Guimarães na entrada da área. Após desvio na zaga, a bola sobrou para Estêvão, que finalizou de primeira, de chapa, para fazer 1 a 0.
Menos de dez minutos depois, aos 35, Casemiro voltou a aparecer bem. Após cobrança de falta de Rodrygo, o volante dominou na área com tranquilidade e finalizou colocado para ampliar.
Senegal esboçou uma pressão no fim da primeira etapa, mas o Brasil conseguiu ir para o intervalo com a vantagem construída.
Na volta para o segundo tempo, os senegaleses passaram a ocupar mais o setor ofensivo e quase descontaram após falha de Ederson. Iliman Ndiaye, porém, desperdiçou, aos seis minutos, a chance de diminuir.
Apesar do susto, Ancelotti manteve a calma à beira do gramado. Até os 18 minutos, sua única mudança havia sido forçada pela lesão de Gabriel Magalhães, substituído por Wesley. O técnico aproveitou a parada para também poupar Matheus Cunha e colocar João Pedro em campo.
Com mudanças mais pontuais, o treinador também evitou desfigurar a equipe e permitir uma reação do adversário, como aconteceu no compromisso anterior.
Faltou na etapa final, porém, a precisão que o Brasil teve nos 4 minutos iniciais. Embora tenha criado boas chances, principalmente em contra-ataques, não conseguiu ampliar o marcador. Ao menos, também não permitiu qualquer reação de Senegal e segurou a vitória.
Foi o segundo confronto da seleção brasileira contra os senegaleses neste ciclo. Em junho de 2023, ainda com Ramon Menezes como interino, o Brasil foi derrotado por 4 a 2 no estádio José Alvalade, em Lisboa, com show de Sadio Mané.
O confronto deste sábado foi o terceiro da história entre os países, e o primeiro com vitória brasileira após um empate e a vitória senegalesa no encontro anterior. Agora, apenas a Noruega pode ostentar o feito de nunca ter perdido um duelo com o Brasil. Em quatro jogos, venceu dois e empatou dois.
Antes de fechar o calendário de 2025, o elenco comandado por Carlo Ancelotti volta a campo na terça-feira (18), para um amistoso contra Tunísia, às 16h30 (de Brasília).
Depois, o Brasil volta a campo em março de 2026, na última Data Fifa antes da convocação para a Copa do Mundo, quando medirá forças contra a França e a Croácia, que garantiram nesta semana a vaga na competição que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México.
FICHA TÉCNICA: Brasil 2 x 0 Senegal (Amistoso)
Local: Emirates Stadium, em Londres, na Inglaterra
Árbitro: Jarred Gillet (ING)
Cartões amarelos: Casemiro (BRA); Koulibaly, Antoine Mendy e Idrissa Gueye (SEN)
Gols: Estêvão, aos 26, e Casemiro, aos 34, do primeiro tempo
Brasil: Ederson, Militão, Marquinhos, Magalhães (Wesley) e Alex Sandro (Fabrício Bruno); Casemiro e Bruno Guimarães (João Pedro); Rodrygo (Paquetá), Vini Jr. (Caio Henrique), Matheus Cunha e Estêvão (Luiz Henrique). Técnico: Carlo Ancelotti.
Senegal: Édouard Mendy; Antoine Mendy, Niakhate, Koulibaly e Jaboks; Idrissa Gueye e Pape Gueye; Pape Sarr (Nicolas Jackson), Iliman Ndiaye (Cheikh Sabaly) e Ismaila Sarr (Cherif Ndiaye); Mané.
Técnico: Pape Thiaw.

