O deputado Hélio Lopes (PL-RJ), aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro e também conhecido como “Hélio Negão”, obteve apenas o próprio voto na eleição para presidir a Comissão Especial sobre o Fundo Nacional da Igualdade Racial, instalada oficialmente nesta terça-feira. Perdeu de lavada para a petista Benedita da Silva (RJ), que recebeu 12 votos dos colegas.
A vitória de Benedita foi ovacionada pelos presentes, incluindo representantes de movimentos negros. Após o anúncio, houve gritos de “reparação já”.
Já Lopes não gozou do mesmo prestígio entre os que acompanhavam a sessão. Quando o deputado Geraldo Resende (PSDB-MS) proclamava o resultado, foram ouvidas vaias ao nome do deputado bolsonarista.
No total, a comissão conta com 20 titulares, mas apenas 13 votaram. Lopes foi o único deputado do PL que compareceu à reunião.
O colegiado vai analisar a PEC que cria Fundo Nacional de Reparação Econômica e de Promoção da Igualdade Racial (FNREPIR).
A proposta prevê a inclusão de um novo artigo na Constituição para instituir o fundo, que será voltado ao financiamento de projetos culturais, sociais e econômicos destinados à população negra. O objetivo é promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social de pretos e pardos.
A relatoria será de Orlando Silva (PCdoB-SP). A PEC foi aprovada em agosto pela CCJ, onde alguns trechos foram suprimidos no parecer da deputada Gisela Simona (União-MT).