Bolívia impõe 1ª derrota de Ancelotti e vai à repescagem – 09/09/2025 – Esporte

por Assessoria de Imprensa


A seleção brasileira encerrou sua participação nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 nesta terça-feira (9) com uma derrota por 1 a 0 para a Bolívia em El Alto, em jogo sob forte influência da altitude da cidade boliviana —a 4.150 metros acima do nível do mar.

O único gol da partida saiu aos 48 minutos do primeiro tempo, em pênalti convertido pelo atacante Miguelito, que defende o América-MG, em resultado que marcou a primeira derrota de Carlo Ancelotti à frente da seleção brasileira, após duas vitórias e um empate.

Com o resultado, a seleção brasileira encerrou o classificatório regional em quinto na tabela de classificação, com 28 pontos. É a pior colocação do Brasil desde que as Eliminatórias sul-americanas adotaram o formato atual, com jogos de turno e returno entre as dez equipes, para a Copa de 1998. A pior colocação até então havia sido o terceiro lugar, nas Eliminatórias para o Mundial de 2002.

A equipe pentacampeã foi ultrapassada na última rodada pelo Equador, que chegou aos 29 pontos após vitória sobre a Argentina, e por Colômbia e Uruguai, que também chegaram aos 28, com vitória sobre a Venezuela e empate com o Chile, respectivamente, assim como o Paraguai, que venceu o Peru. O saldo de gols foi adotado como primeiro critério de desempate.

Já a Bolívia ultrapassou a Venezuela, que perdeu por 6 a 3 para a Colômbia jogando em casa, e com 20 pontos, garantiu o sétimo lugar na tabela de classificação, que dá direito à disputa da repescagem para a Copa. A disputa será em março de 2026, contra outras cinco seleções da América do Norte (duas representantes), da África, da Ásia e da Oceania, em busca de duas vagas.

A última participação boliviana na Copa foi em 1994, nos Estados Unidos.

Com o formato expandido com 48 seleções, a América do Sul passou a ter seis vagas diretas e mais uma para a repescagem. Na Copa de 2022, foram quatro seleções classificadas diretamente, com a quinta indo à repescagem.

Em 18 partidas nas Eliminatórias, foram oito vitórias do Brasil, com quatro empates e seis derrotas. A equipe marcou 24 gols e sofreu 17.

Anunciado em maio, Ancelotti estreou com a equipe em empate sem gols com o Equador, emendando na sequência vitórias por 1 a 0 contra o Paraguai, quando o Brasil garantiu vaga na Copa, e por 3 a 0 contra o Chile, na rodada anterior, no Maracanã.

A primeira derrota veio com o treinador apostando em um time descansado, com nove modificações na equipe titular em relação aos onze que começaram contra o Chile.

Com os jogadores preocupados em poupar fôlego para aguentar o ritmo na altitude, com menor intensidade em relação ao jogo anterior contra os chilenos no Rio, a seleção brasileira teve poucas oportunidades no primeiro tempo, com o time da casa criando as principais chances com Miguelito, pela ponta direita.

O primeiro chute em direção ao gol boliviano veio apenas aos 39, com Luiz Henrique, novamente destaque do ataque da seleção.

Quando o jogo já se aproximava do intervalo, o árbitro chileno Cristian Garay, após consultar o VAR, marcou falta de Bruno Guimarães em cima do lateral Roberto Fernandéz dentro da área. Miguelito bateu firme no canto direito de Alison e abriu o placar para a Bolívia.

No segundo tempo, a toada do primeiro se manteve, com os jogadores brasileiros mais desgastados e a Bolívia mais presente no campo de ataque e também se valendo da cera para retardar a partida.

Aos 15, Ancelotti promoveu três trocas na frente, com as entradas de Raphinha, Estêvão e João Pedro, para as saídas de Luiz Henrique, Samuel Lino e Richarlison, respectivamente.

O Brasil chegou a melhorar com as mudanças e passou a pressionar a Bolívia. Foi a seleção boliviana, contudo, que voltou a levar mais perigo, primeiro com chute do volante Robson Matheus, forçando Alisson a espalmar para fora, aos 25, e novamente aos 40, com Algarañaz acertando cabeçada firme, para nova boa defesa do arqueiro brasileiro do Liverpool.

No último lance de perigo da partida, Raphinha cobrou falta na entrada da área no meio do gol, para fácil defesa do goleiro Lampe.

Após o jogo, o atacante do Barcelona criticou o jogo na altitude.

“A partir do momento que te colocam para jogar a 4 mil metros de altitude para ganhar o jogo, desfavorece as outras seleções. O jogo estava equilibrado, mas o árbitro achou um pênalti”, afirmou Raphinha.

“O objetivo principal era classificar a seleção para a Copa. Alcançamos o objetivo e agora é trabalhar para chegarmos bem na Copa”, disse o jogador.

Três técnicos e lesão de Neymar marcam trajetória brasileira nas Eliminatórias

Desde o início das Eliminatórias, em setembro de 2023, a seleção brasileira foi comandada por três técnicos diferentes, ficou sem seu principal jogador e conviveu com críticas da torcida e crise nos bastidores, com troca na presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Conciliando o trabalho com a seleção com o comando do Fluminense, Fernando Diniz era o treinador do time no início da competição, com vitórias nas duas primeiras partidas, contra Bolívia e Peru.

Na sequência, o time não conseguiu sair de um empate com a Venezuela, e perdeu por 2 a 0 para o Uruguai, em Montevidéu, em partida marcada pela grave lesão que deixou Neymar afastado dos gramados por cerca de um ano, sem que o jogador tenha retornado à campo com a seleção desde então.

Diniz comandaria a seleção em apenas mais duas partidas pelas Eliminatórias, em derrotas para Colômbia e Argentina, com desempenhos ruins da equipe dentro de campo que aumentaram as críticas ao seu trabalho e acabaram resultado na demissão semanas depois.

Dorival Júnior assumiu, ficando à frente da equipe nacional em oito partidas na competição, com quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. A última derrota, a goleada por 4 a 1 diante da Argentina em Buenos Aires, com completo domínio do time adversário ao longo de toda a partida, resultou na queda do treinador.

Em seu último ato antes de ser afastado da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por irregularidades no processo que resultou em sua eleição, Ednaldo Rodrigues conseguiu realizar o antigo desejo de contratar o italiano Carlo Ancelotti, vindo do Real Madrid, faltando pouco mais de um ano para o início da Copa.

Neste começo de trabalho, Ancelotti promoveu uma série de testes para conhecer melhor o grupo de jogadores, mas já sinalizou algumas preferências, como os volantes Casemiro e Bruno Guimarães entre os titulares no meio de campo, com Alisson no gol.

Os primeiros meses do italiano no Brasil também foram marcados pela não convocação de Neymar. O técnico citou a condição física ainda longe do ideal do jogador, na avaliação da comissão técnica, como critério para deixá-lo de fora da equipe até aqui.

Com o fim da participação nas Eliminatórias, o Brasil volta a campo em outubro, em amistosos preparatórios contra Coreia do Sul, em Seul, e Japão, em Tóquio.

Primeira edição com 48 seleções —16 a mais do que no Qatar, em 2022—, a Copa terá 104 partidas, com as equipes divididas em 12 grupos com quatro times cada um. Os dois primeiros de cada chave avançam, com as 32 seleções passando a se enfrentar em partidas de mata-mata.

O sorteio da fase de grupos está programado para 5 de dezembro, em Washington.

A competição começa no dia 11 de junho de 2026, no estádio Azteca, na Cidade do México, com a final no dia 19 de julho, no MetLife Stadium, em Nova Jersey.

O processo de venda dos ingressos começa nesta quarta-feira (10), ao meio-dia (horário de Brasília).

Bolívia 1 x 0 Brasil

Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo

Local: estádio Municipal de El Alto, em El Alto

Árbitro: Cristian Garay (CHL)

Gol: Miguelito (Bolívia), aos 48 minutos do primeiro tempo

Brasil: Alisson; Vitinho (Marquinhos), Fabrício Bruno, Alex e Caio Henrique; Andrey Santos (Jean Lucas), Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique (Raphinha), Samuel Lino (Estêvão) e Richarlison (João Pedro)

Técnico: Carlo Ancelotti

Bolívia: Lampe; Diego Medina (Yomar Rocha), Haquín, Morales e Roberto Fernández; Villamíl, Ervin Vaca (Héctor Cuéllar), Robson Matheus; Miguelito, Enzo Monteiro (Algarañaz) e Moisés Paniagua

Técnico: Óscar Villegas



Source link

Related Posts

Deixe um Comentário