Depois de aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados, o projeto do governo que isenta do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil passou a ser mais conhecido e apoiado pelos brasileiros, aponta a nova pesquisa Genial/Quaest. A medida foi promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 e tende a ser uma de suas principais bandeiras na tentativa de reeleição no ano que vem.
Hoje, 67% dizem saber do projeto, 11 pontos a mais do que no levantamento de junho, quando a pergunta foi feita pela última vez. A aprovação à iniciativa é de 79%, quatro a mais do que na pesquisa de julho.
Outro dado relevante sobre a reforma no imposto de renda mostra que 41% vislumbram uma “melhora importante” nas próprias vidas a partir da isenção — eram 33% em março. Outros 49% vaticinam apenas uma “melhora pequena”.
Ainda em relação à medida, 64% concordam em aumentar impostos dos ricos para compensar a isenção, contra 29% que discordam. A diferença entre uma resposta e outra foi de 26 para 35 pontos desde julho.
A despeito dos resultados, a oscilação positiva na aprovação ao governo Lula teve como destaque os brasileiros de renda mais alta. Enquanto a faixa de renda baixa e a intermediária permaneceram quase idênticas ao mês passado, aqueles que ganham acima de cinco salários mínimos por mês deram um salto de sete pontos a favor do petista, que hoje é aprovado por 45% dos mais ricos — a maioria deles, 52%, ainda o desaprova.
No cenário geral da pesquisa, Lula registra agora empate técnico entre aprovação (48%) e desaprovação (49%). O saldo negativo, que era de dez pontos em julho, foi diminuindo até chegar a um ponto este mês.
Nas perguntas da Quaest sobre economia, houve pouca mudança na percepção sobre o poder de compra no supermercado, que antes vinha melhorando. Os números positivos para Lula são os de otimismo com a economia para os próximos 12 meses: 43% acham que ela vai ficar melhor, três pontos acima da pesquisa de setembro, enquanto 35% projetam uma piora, dois pontos a menos do que antes.
Também houve queda na leitura de que a economia piorou nos últimos 12 meses, passando de 48% para 42%. Aqui, no entanto, o aumento se deu entre quem acha que ela ficou igual — passou de 29% para 35%. Os que identificam melhora ficaram estagnados em 21%.
A Quaest ouviu 2004 pessoas entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.