Com uma vitrine simples e uma fachada cor-de-rosa, Chiquita, como todo mundo a conhece, decidiu recomeçar. Há quase dois meses, a aposentada resolveu investir até o que não tinha em uma cafeteria simples na Vila Margarida. O nome do lugar é o mesmo apelido que o pai lhe deu ainda na infância. Ali, Regina Iales Lemes Braz, de 62 anos, serve o que o povo gosta: a boa e velha chipa, café fresquinho e bolo caseiro. Mesmo nas dificuldades, ela não enxerga outra alternativa senão fazer o negócio dar certo.
Aos 62 anos, Regina Iales Lemes Braz, conhecida como Chiquita, inaugurou uma cafeteria na Vila Margarida, em Campo Grande. Após se aposentar do serviço público, ela começou fazendo bolos por encomenda em casa e agora investe em um espaço próprio na Rua Venceslau Braz. O estabelecimento oferece produtos caseiros a preços acessíveis, como café coado, chipas, bolos e salgados diversos. Chiquita planeja transferir o negócio para sua residência no próximo ano, onde está construindo um salão específico para a cafeteria.
Aliás, os bolos são especialidade dela. Tudo começou na casa da ex-funcionária pública, que, depois que se aposentou, começou a se dedicar a fazer bolos por encomenda. Além dos sabores clássicos, ela fazia biscoitinhos de goiabada para vender. Foi quando a filha e a sobrinha plantaram a semente de um espaço só dela.
“Me aposentei e comecei a fazer bolos em casa, mas não venderam muito. Saí e fui trabalhar com a vizinha, fazendo chipa, mas era muito cansativo. Aí minha filha e minha sobrinha viram o lugar e eu arrisquei. Tô gostando, é algo que sempre quis fazer. Aqui é simples, não tem nada gourmet. Eu faço bolos de pote, bolos simples e confeitados, mas saem todos de manhã”, conta.
Ainda se acostumando ao próprio ritmo e à demanda, ainda tímida, Chiquita comenta que não tem outro plano caso a cafeteria dê errado. Para ela, isso não é uma opção, e a dona está disposta a arriscar tudo. A ideia é que o negócio siga na Rua Venceslau Braz, 323, por mais um tempo, mas, futuramente, seja transferido para a própria casa da Chiquita.

“Abri principalmente para complementar renda. Não ganho muito; aluguei o espaço, mas vou levar isso para minha casa. Meu plano vai dar certo; estou construindo um salãozinho na minha casa e vai dar certo. Ano que vem, eu mudo, se Deus quiser. Aqui está meio parado; é um lugar meio afastado, sem movimento, mas é bonito.”
Na cafeteria, não precisa gastar muito para sair satisfeito, e esse é o intuito. O café coado custa R$ 2, o cappuccino R$ 6, o café com leite R$ 3,50 e o leite com chocolate R$ 4. O cappuccino é feito com receita caseira, e Chiquita não revela os ingredientes. Segundo ela, a bebida virou um dos queridinhos de quem passa pela rua.
Entre os salgados, dá pra escolher entre pão de queijo e chipa (R$ 1,50), pão de batata e coxinha (R$ 7), croissant e hambúrguer (R$ 8) ou o clássico misto-quente por R$ 9. Na vitrine dos doces, o bolo simples sai a R$ 6, a fatia R$ 8 e o de pote, R$ 10. Tem ainda mousse e pudim, ambos por R$ 8. Já os bolos confeitados são só por encomenda.
Voltando ao nome da cafeteria, Chiquita explica que até tentou batizar o espaço com o mesmo nome que usava quando fazia apenas bolos, “Bolos da Tia”, porém não deixaram.
Meu pai cantava comigo no colo aquela música do Caetano Veloso para eu dormir. Toda a família pegou isso e ficou. Todo mundo me conhece assim. Eu não gostava no começo; tinha vergonha, mas agora já gosto. Quando fui colocar o nome do café, minha filha e minha sobrinha escolheram.
Confira a galeria de imagens:
A cafeteria fica na Rua Venceslau Braz, 323, no bairro Vila Margarida.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.





