Abel Braga, que saiu da aposentadoria para tentar salvar o Internacional do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, se viu pedindo desculpas por comentários homofóbicos horas após sua apresentação.
O técnico de 73 anos foi apresentado no domingo (30) pelo time colorado, que luta contra o rebaixamento faltando duas rodadas para o fim do campeonato. Mas sua primeira entrevista na cidade de Porto Alegre se tornou polêmica ao discutir o uniforme de treino.
Relembrando uma conversa com o diretor esportivo Andres D’Alessandro, Braga disse: “Eu disse [ao D´Alessandro]: ‘eu não quero meu maldito time treinando com camisas cor-de-rosa, parece um time de veados’.”
Questionado sobre o comentário ofensivo na mesma entrevista, o técnico alegou que foi dito “em tom descontraído”, como parte dos esforços para motivar seu elenco em dificuldades.
“Eu precisava relaxar meu grupo, vocês entendem. Quero que os caras sejam fortes”, explicou, dizendo que sua intenção era aliviar a tensão no vestiário.
Enfrentando uma reação negativa nas redes sociais, Braga sentiu-se compelido a abordar a controvérsia no Instagram antes do fim do dia.
“Reconheço que não fiz um bom comentário sobre a cor rosa durante minha entrevista coletiva. Antes que isso se espalhe, peço desculpas. Cores não definem gêneros. O que os define é o caráter”, escreveu.
Nem seu clube, nem a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), se pronunciaram sobre o assunto.
O Internacional, na quarta posição de baixo para cima na tabela de classificação do Brasileiro, com 41 pontos, precisa vencer São Paulo e Bragantino em seus dois jogos finais para evitar o rebaixamento.
Abel Braga, que assumiu o cargo sem remuneração com um contrato cobrindo apenas essas partidas restantes, é uma lenda do clube, tendo conquistado os títulos da Copa Libertadores e do Intercontinental como técnico, em 2006.
Ele estava aposentado da função de treinador há três anos.
Em 2024, o técnico Hélio dos Anjos foi suspenso por nove jogos na Série B por insultos homofóbicos contra o árbitro em uma partida entre Paysandu e Volta Redonda. Ele também foi condenado a pagar uma multa de R$ 20 mil.
