A volta dos churros sobre duas rodas e fé renovada

por Assessoria de Imprensa


Após deixar o emprego de cozinheira, ela voltou às ruas com fé, churros e vontade de seguir

Yuki perdeu o carrinho, machucou a mão e achou na moto recomeço
Daniela vende churros no Nova Lima com sua moto e ficou conhecida na região

No fim de tarde da Avenida Abraão Anache, o som entre os carros é inconfundível. “Chama o papai, chama a mamãe, o carro do churros está passando na rua, rua…” O jingle antigo, desses de feiras e bairros de antigamente, vem de uma moto preta coberta por um toldo lilás. Quem mora no Nova Lima já reconhece de longe: é a Yuki chegando com o sorriso que virou parte da rotina da creche municipal.

Yuki Daniela, de 48 anos, encontrou um novo recomeço ao adaptar sua motocicleta para vender churros no bairro Nova Lima, em Campo Grande. Após precisar vender seu antigo carrinho de churros em 2010 e trabalhar como cozinheira registrada, problemas de saúde a forçaram a buscar alternativas. Com um investimento de R$ 12 mil, transformou sua pequena moto em uma churreira ambulante, equipada com toldo lilás e sistema de som que toca jingles tradicionais. Atualmente, faz ponto fixo em frente a uma creche municipal, onde conquistou a simpatia da comunidade local, mesmo enfrentando problemas de saúde nas mãos.

Aos 48 anos, Yuki Daniela reencontrou nas ruas o mesmo sustento que um dia precisou abandonar. “Eu vendia churros em 2010, com um carrinho”, conta. “Mas chegou um momento em que eu precisei vender o carrinho pra pagar as contas. Fui trabalhar registrada, de cozinheira, e fiquei muitos anos assim.”

O trabalho formal parecia a estabilidade que ela buscava, até o corpo cobrar o preço. “Eu comecei a sentir dor e tontura na mão. Fui ao médico e disseram que vou precisar operar. Aí pensei: não posso ficar parada. Foi quando tive a ideia de voltar pro churros.”

Yuki perdeu o carrinho, machucou a mão e achou na moto recomeço
Ela vende churros no bairro Nova Lima e seu trabalho ficou conhecido

Sem o carrinho de antes, a solução estava na garagem: uma pequena moto, que ela já usava para ir ao trabalho. “A moto é pequena, mas pensei: dá pra adaptar. E comecei a procurar tudo na internet”, lembra. O irmão ajudou a instalar o toldo; um colega improvisou o som e a corneta que anunciam o produto; e o resto foi feito com criatividade e fé.

O resultado é uma mistura de nostalgia e esperança sobre duas rodas. “O jingle é o mesmo de antigamente, aquele que chama a criançada. Só que no meio entra uma música de Deus, um louvor forte. Eu gosto assim. Fica alegre, mas também tem fé.”

A rotina agora tem endereço fixo: o portão azul da creche do Nova Lima. Quando o jingle começa, as crianças de uniforme azul da Semed correm até ela. Um pai paga por PIX, a filha observa o preparo, e Yuki conversa enquanto serve o doce quentinho. “Aqui o povo é muito bom. A gente faz amizade. Eu gosto de estar aqui”, diz.

O investimento, entre toldo, som e adaptações, chegou perto dos R$ 12 mil, valor que ela foi juntando aos poucos. Mas o retorno, diz, é mais emocional que financeiro. “Trabalhar com comida é o que eu sei fazer. E agora, mesmo com a mão doendo, me sinto útil de novo. Graças a Deus, tá dando certo.”

Yuki perdeu o carrinho, machucou a mão e achou na moto recomeço
Quem escuta o jingle de longe já sabe que é Yuki chegando com seu churros



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