Duas potências do mundo do vinho estão por trás do Macán. O vinho tinto é elaborado nas terras de Rioja, na Espanha, sob o comando da Vega Sicilia em parceria com a família Rothschild, de Bordeaux. A uva que dá origem aos vinhos é a Tempranillo. A proposta foi criar rótulos muito elegantes, em que a harmonia de aromas e sabores revela o terroir de vinhedos antigos e cheios de personalidade.
— É um projeto em Rioja relativamente novo no mundo do vinho, porque só tem 16 anos. E é um projeto que é excepcional, por exemplo, para a família Alves, a proprietária da Vega Sicilia, porque é o único conjuntamente com outros sócios. Neste caso, a família Rothschild, em seu ramo franco-suíço — detalha Ignacio Calvo de Mora, diretor-geral da Macán, em visita ao Rio para apresentar os vinhos.
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Ignacio Mora conta que o projeto teve início em 2004, quando os vinhedos começaram a ser comprados.
— A ideia era que fossem anteriores a 1986, ano em que o Conselho Regulador de Rioja permitiu substituir o clone do vinhedo que existia, que era de uma qualidade fantástica, por um também de muita boa qualidade, mas mais produtivo. Então temos a maioria do nosso vinhedo anterior àquele ano. Atualmente, são 100 hectares. É bastante, porque ninguém quer vender, é muito complicado.
Os vinhedos estão em diferentes zonas da Rioja, principalmente entre cinco vilas, a mais importante é San Vicente de la Sonsierra:
— San Vicente de la Sonsierra é muito bonita, tem uma igreja e um castelo. E é conhecida também pela qualidade do terroir. Não é por acaso que 70% do nosso vinhedo estão ao redor de San Vicente de la Sonsierra. Os habitantes da vila se chamam macanos, daí vem o nome do vinho — explica Ignacio.
Ele conta que todas as 176 parcelas espalhadas por toda a Rioja estão mapeadas. As uvas são colhidas e vinificadas separadamente.
— Quando acabamos a adega nova, em 2016, introduzimos 45 depósitos diferentes, 25 de aço de inox e o resto de madeira. Isso nos permitiu, de uma maneira mais fácil, vinificar por parcela, por plot.
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Ignacio diz que a marca elabora dois vinhos, o Macán Clásico o Macán, que é o vinho premium.
— E foi um estilo, primeiro vinho, segundo vinho, com um chá todo, mas agora falamos de dois estilos, duas identidades diferentes. O Macán é o flagship, o top. Já o Macán Clásico tem um estilo muito mais juvenil, mais rock ‘n ‘roll, de fruta, frescura. É essa nova tendência dos jovens viticultores que querem pôr em valor o que é o Tempranillo, essa uva que não só é fruta e frescura. Querem mostrar o valor do terroir e que a fruta seja a protagonista. A madeira fica atrás — conta ele.
O Macán Clásico recebeu, na edição 2020, um percentual de Garnacha, para conferir mais jovialidade ao vinho:
— Com o Macán Clásico 2020, a ideia era reforçar um estilo mais floral, mais fresco. Então introduzimos Garnacha, que é muito característica. É uma uva autóctone de Rioja.
Ele é vinificado em tanques de aço inoxidável e envelhece por 12 a 14 meses em barricas novas e de segundo ano de carvalho francês de grão extrafino e em barricas de carvalho americano. Em seguida, permanece em garrafa por mais de 18 meses. O potencial de envelhecimento é de 10 a 15 anos.
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Já o Macán é descrito por Ignacio como um “vinho mais sério”, com mais estrutura, potência e complexidade:
— O Macán é um vinho que acaba por ser mais elegante. Para trabalhar nesse estilo, escolhemos as uvas mais antigas, nas zonas mais altas, nos solos mais pobres. A fermentação é em recipientes de madeira. O estilo é completamente diferente ao Clásico, porque é mais sério e tem uma capacidade de envelhecimento incrível, de 20, 30 anos. É o DNA da Vega Sicilia — destaca.
O Macán 2018 é feito apenas com Tempranillo. O envelhecimento ocorre em 15 meses em madeira francesa de grão fino e extrafino, a maior parte em barricas novas. O restante amadurece em barricas usadas uma vez. Depois fica 28 meses em garrafa até ser lançado no mercado.
Os vinhos são importados pela Mistral. O Macán Clásico 2020 custa R$ 1.003,03; e o Macán 2018, R$ 1.567,59.