O governo do Reino Unido disse nesta quarta-feira (17) que está dando ao oligarca russo Roman Abramovich uma última chance de doar £ 2,5 bilhões (R$ 18,3 bilhões) da venda do Chelsea à Ucrânia, caso não queira enfrentar uma possível ação judicial.
O Reino Unido sancionou Abramovich em uma repressão contra oligarcas russos após a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022, o que levou à venda apressada do clube de futebol da Premier League e ao congelamento dos recursos obtidos com a transação.
O Reino Unido quer que os fundos sejam gastos exclusivamente em causas humanitárias na Ucrânia, em consonância com uma pressão europeia mais ampla para que Moscou arque com os custos das mortes e da destruição causadas pela invasão.
A Reuters não conseguiu contatar imediatamente representantes de Abramovich para comentar a declaração do governo. Ele já havia solicitado maior flexibilidade e afirmou que deseja que o dinheiro seja destinado a todas as vítimas. Abramovich tem 90 dias para cumprir os termos da nova licença concedida pelo governo.
Caso o empresário russo não libere os fundos rapidamente, o governo declarou em comunicado que está totalmente preparado para levá-lo à justiça, se necessário, para fazer cumprir o acordo firmado com ele em 2022.
“É inaceitável que mais de £ 2,5 bilhões devidas ao povo ucraniano permaneçam congeladas em uma conta bancária no Reino Unido”, afirmou a ministra das Finanças, Rachel Reeves, no comunicado.
Licença necessária
O primeiro-ministro Keir Starmer afirmou que o Reino Unido emitirá uma licença para liberar os fundos. Isso permitiria a transferência do dinheiro para uma nova fundação beneficente.
“Consideraremos qualquer proposta do Sr. Abramovich para utilizar esta clara via legal para estabelecer a fundação e transferir os fundos nos termos da licença”, disse Reeves em uma declaração separada emitida ao parlamento.
Os líderes da União Europeia devem analisar na quinta-feira (18) propostas que visam usar os recursos provenientes de ativos soberanos russos imobilizados para apoiar o enorme orçamento e as necessidades de defesa da Ucrânia —algo a que Moscou se opõe veementemente.
Sob a gestão de Abramovich, o Chelsea viveu o período de maior sucesso em sua história antes de ser vendido a um consórcio liderado pelo investidor americano Todd Boehly e pela empresa de private equity Clearlake Capital, em maio de 2022.
Os recursos da venda estão congelados em uma conta bancária britânica. Eles não podem ser movimentados ou usados sem uma licença do OFSI (Escritório de Implementação de Sanções Financeiras), a agência do Ministério das Finanças responsável pela aplicação das sanções.

