Herdeiro da meta do Corinthians após a saída de Cássio, Hugo Souza foi gigante na tarde deste domingo (14), em Itaquera. Com duas defesas nas cobranças de pênaltis, ele foi mais decisivo do que o agora goleiro do Cruzeiro e colocou o time alvinegro na final da Copa do Brasil —a disputa terminou em 5 a 4.
Do outro lado, Cássio —ícone histórico e maior defensor de pênaltis do clube do Parque São Jorge— chegou a pegar a primeira cobrança, batida por Yuri Alberto, mas viu o Corinthians reagir nos chutes alternados e selar a vaga. Hugo defendeu as cobranças de Gabigol e Walace.
“Para ser sincero, não queria que [a classificação] fosse assim. Queria que a gente tivesse ganho o jogo e aí seria mais tranquilo, mas Deus quis assim. E aqui no Corinthians as coisas nunca são tranquilas. Deus quis dessa forma”, disse o herói da classificação alvinegra.
Nos 90 minutos, a equipe celeste venceu por 2 a 1. Como havia perdido o jogo de ida por 1 a 0, o placar agregado terminou empatado em 2 a 2. Arroyo marcou os dois gols do Cruzeiro, enquanto Matheus Bidu descontou para o Corinthians.
Em resposta à postura do Corinthians no jogo de ida, desta vez foi o Cruzeiro quem teve maior controle da bola, pressionou a saída do adversário e criou as principais chances do primeiro tempo. Aos 16 minutos, os visitantes quase abriram o placar quando Mateus Pereira acertou um voleio, mas Hugo Souza defendeu. No rebote, Gustavo Henrique travou a finalização de Sinisterra.
O goleiro alvinegro voltou a aparecer bem em chute de Kaio Jorge, aos 24 minutos, mas não conseguiu evitar que Arroyo abrisse o placar, aos 39. O equatoriano, que começou no banco de reservas e entrou após a lesão de Sinisterra, marcou de cabeça.
A vitória parcial dos visitantes levava a decisão para os pênaltis, mas o cenário durou pouco. Logo aos 4 minutos do segundo tempo, após um contra-ataque, Arroyo marcou seu segundo gol na partida e ampliou a vantagem, virando o placar agregado.
A reação dos donos da casa também foi rápida. Aos 9 minutos, Matheus Bidu completou de cabeça após cruzamento de Garro e ajeitada de Gustavo Henrique na área. A disputa por pênaltis voltava a surgir no horizonte de Itaquera.
O gol animou a equipe da casa, que passou a pressionar em busca do empate. Empurrado pela torcida, o Corinthians acertou duas vezes a trave: primeiro com Matheus Bidu, que mandou no travessão, e depois com Breno Bidon.
Cássio também precisou se esforçar em ao menos três finalizações de alto grau de dificuldade, sendo decisivo contra o ex-clube. A pressão do Corinthians continuou até o fim do jogo, mas não houve novos gols no tempo regulamentar, confirmando a decisão nas penalidades.
Pela primeira vez, a torcida corintiana teve Cássio como adversário em uma disputa desse tipo. Ele é o maior defensor de pênaltis da história do clube, com 32 cobranças defendidas ao longo de sua trajetória no Parque São Jorge —marca que inclui 21 defesas em disputas por pênaltis e outras 11 no tempo normal.
No Cruzeiro, onde atua desde o ano passado, o goleiro contabilizava até então quatro defesas: três no tempo normal e uma em disputa de pênaltis, registrada na semifinal do Campeonato Mineiro de 2025, contra o América-MG.
Com a disputa de hoje, Cássio chegou a cinco cobranças defendidas, mas a estatística foi ofuscada pelo brilho de Hugo Souza. Agora, o dono da meta alvinegra chegou a dez defesas, com quatro no tempo normal e seis em decisões por pênaltis.
Além da festa esportiva, o Corinthians também espera por um alívio financeiro. Ao avançar à final da Copa do Brasil, garantiu pelo menos R$ 33,075 milhões de premiação, valor pago ao vice-campeão. Em caso de título, vai somar mais R$ 44,1 milhões.
Os dois jogos decisivos estão marcados para os dias 17 e 21 de dezembro. O adversário do Corinthians sai do vencedor do duelo entre Fluminense e Vasco, que jogam neste momento no Maracanã. No jogo de ida, o time cruz-maltino venceu por 2 a 1.

