Joesley Batista passou menos de 24 horas em Caracas; fontes do governo brasileiro confirmam voo

por Assessoria de Imprensa


O empresário brasileiro Joesley Batista passou menos de 24 horas em Caracas, quando, no final de novembro, foi até a capital venezuelana para reunir-se com o presidente Nicolás Maduro, segundo fontes oficiais. A embaixada brasileira em Caracas não foi informada sobre a viagem, mas, ao ouvir rumores sobre a presença do dono do grupo JBS no país, confirmou que o avião de Batista pousara no Aeroporto Internacional de Maiquetía. Não houve contatos entre o empresário e os representantes diplomáticos brasileiros na capital venezuelana.

Outras fontes confirmaram que a viagem era de conhecimento do Palácio do Planalto, o que não implica que Batista tenha viajado como enviado do presidente Lula. Essa opção foi taxativamente negada pelas fontes consultadas.

A passagem do empresário brasileiro por Caracas teria acontecido de madrugada, e durado poucas horas. “Seis, talvez oito”, segundo uma fonte venezuelana. Dados da plataforma ADS-B Exchange, que coleta dados de tráfego aéreo, mostram que um jato Bombardier Global 7500, pertencente à J&F, controladora da JBS, decolou na madrugada do dia 23 de novembro, do São Paulo Catarina Aeroporto Executivo, na cidade de São Roque, e aterrisou cinco horas e meia depois no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Caracas. A aeronave decolou de volta perto da meia-noite e pousou em São Paulo, também no Catarina, na madrugada do dia 24.

O encontro com Maduro não foi confirmado pelo Palácio Miraflores, que costuma exibir reuniões do ditador venezuelano com enviados internacionais. A J&F, holding que controla a JBS, informou que não comenta e também não confirma a informação divulgada pela Bloomberg sobre a viagem de Joesley Batista à Venezuela.

Os motivos da viagem ainda não estão claros. O empresário tem boas relações com o governo do presidente americano, Donald Trump, e com seu enviado para a Venezuela, Richard Grenell, que defende uma saída negociada para a crise — e vem discutindo o tema com Maduro desde fevereiro. Talvez tenha ido numa missão coordenada com a Casa Branca, ou para fazer um gesto de agrado ao republicano. No Itamaraty, altas fontes diplomáticas dizem não saber o motivo da viagem.

Se a intenção de Batista era convencer Maduro a ceder e deixar o poder, fracassou. Mas, em meio a outras tentativas de evitar o pior cenário na disputa entre Maduro e Trump, talvez a viagem do empresário brasileiro tenha contribuído de alguma maneira a evitar uma escalada ainda maior das tensões.

Como Batista chegou até Maduro? Em Caracas, comenta-se que ambos se conhecem de outros tempos, quando a JBS tinha negócios na Venezuela. Fontes oficiais afirmaram que Batista tem linha direta com a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, que, talvez, pode ter feito a ponte entre o empresário e Maduro.

Os negócios da JBS na Venezuela eram, principalmente, exportações de alimentos para o país. Na capital venezuelana se comenta, também, que o governo chavista acumulou uma dívida ainda não paga com o grupo brasileiro. Não seria surpreendente, lembrando que o país ainda deve cerca de US$ 1 bilhão ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

(Colaborou João Sorima Neto)



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