Desigualdade e justiça ambiental guiam debate da saúde coletiva

por Assessoria de Imprensa


A relação entre desigualdade e justiça ambiental orientam os debates do 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Brasília. Em entrevista ao CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, nesta terça-feira (2/12), o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Rômulo Paes, explicou que “a comunidade se reúne a cada três anos para definir os principais desafios do campo”.

Segundo ele, o encontro “aproxima demandas essenciais da resposta política organizada”, permitindo que temas estruturantes da saúde coletiva avancem no diálogo com gestores públicos.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Paes ressaltou que as discussões da saúde coletiva tratam de “como democracia e equidade se conectam à vida das pessoas”, mais do que regras institucionais. Segundo ele, “não se trata apenas de escolher o sistema político, mas de garantir oportunidades para que todos possam viver com bem-estar”. Também lembrou que deficits acumulados impedem que grupos diversos acessem direitos previstos em lei. 

Ele destacou, ainda, que a justiça climática ganha espaço porque “a percepção dos impactos ambientais aumentou”, e isso altera a pesquisa e o trabalho cotidiano no SUS. Ao abordar os efeitos da crise climática, detalhou impactos que vão de doenças infecciosas a transtornos mentais.

O dirigente observou que “os efeitos imediatos atingem populações de forma desigual” e mencionou os desastres de Mariana e Brumadinho, onde “a perda do rio desorganizou a vida de comunidades indígenas e contribuiu para depressão e suicídios”. Para ele, episódios recentes na Amazônia, marcados por garimpo e poluição da água, mostram que “a extração irresponsável compromete a saúde e dificulta o trabalho dos profissionais”.

A formação das equipes de saúde coletiva também entrou no debate. O presidente da Abrasco frisou que “a implementação das políticas públicas é sempre um processo complexo” e que a capacitação deve preparar profissionais para mudanças climáticas, demandas emergentes e novas tecnologias.

Ele explicou que situações como secas e enchentes exigem resposta integrada entre saúde, segurança, educação e assistência social. Sobre a pandemia, avaliou que houve avanços, como a telemedicina, mas disse que “os países ainda estão precários em organizar respostas coordenadas”.

Ao fazer um balanço do 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, Rômulo Paes destacou o aumento da representatividade. Ele citou que “72,5% dos presentes são mulheres” e ressaltou a participação de povos indígenas, população negra, bem como de convidados internacionais.

Assista à entrevista na íntegra:

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro


  • Google Discover Icon





Source link

Related Posts

Deixe um Comentário