Aumento alarmante de câncer colorretal em 2025

por Assessoria de Imprensa


Obesidade e tabagismo elevam casos de câncer colorretal em Campo Grande
Paciente indica dor na região abdominal (Foto: Osmar Veiga)

O câncer colorretal, uma das formas mais comuns de câncer no Brasil, tem mostrado números alarmantes, especialmente nas capitais como Campo Grande. De acordo com um estudo recente da Fundação do Câncer, as capitais Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba e Campo Grande, todas com altas taxas de tabagismo e obesidade, apresentam também taxas elevadas de incidência do câncer colorretal.

Campo Grande registra aumento nos casos de câncer colorretal, com taxas preocupantes relacionadas ao tabagismo e obesidade. Segundo estudo da Fundação do Câncer, a capital sul-mato-grossense apresenta proporção de fumantes superior a 12% e taxa de obesidade igual ou superior a 24%, figurando entre as cidades mais afetadas pela doença no país. O Hospital do Câncer Alfredo Abrão reportou crescimento no número de cirurgias, passando de 36 em 2024 para 44 em 2025. Fatores regionais como consumo excessivo de carne vermelha, tereré e alimentos ricos em sódio contribuem para o agravamento do quadro. Especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce e mudanças nos hábitos alimentares.

O estudo revela que a prevalência de obesidade e o consumo de tabaco estão diretamente relacionados ao aumento dos casos da doença, reforçando a importância de políticas de prevenção e diagnóstico precoce.

Campo Grande, em particular, destaca-se na pesquisa por ter uma proporção de fumantes superior a 12% e uma taxa de obesidade igual ou superior a 24%, o que coloca a cidade entre as mais afetadas pela doença no país. Esses fatores de risco, como o consumo de carne vermelha em excesso, tabagismo, alcoolismo e dietas desequilibradas, têm sido apontados como determinantes na alta incidência de câncer colorretal.

O Dr. Marcelo Vilela, médico urologista e diretor técnico do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, comentou sobre a relevância dessa pesquisa e os dados apresentados, destacando que, embora as taxas variem de região para região, a incidência de câncer colorretal é alta em todo o Brasil.

Segundo o especialista, a diferença observada entre as capitais está muito mais ligada à qualidade dos dados coletados do que a uma disparidade real no risco. “No Brasil todo, a incidência é parecida, mas as estatísticas bem feitas nas capitais revelam uma realidade mais clara”, afirmou Marcelo.

O estudo também apontou que uma parte significativa dos casos de câncer colorretal está sendo diagnosticada em estágios avançados, o que reduz drasticamente as chances de cura. De acordo com Marcelo, a principal causa do aumento de casos no país está relacionada à alimentação inadequada, tabagismo e alcoolismo.

“A alimentação está mais associada ao câncer colorretal do que a outros tipos, pois o câncer se desenvolve no intestino, que está diretamente ligado ao sistema digestivo”, explicou o médico.

Ele também destacou que a polipose intestinal é um tipo de alteração no intestino que pode evoluir para câncer e ser detectada por meio de exames de colonoscopia, procedimento crucial para o diagnóstico precoce e para o aumento das chances de tratamento eficaz.

Obesidade e tabagismo elevam casos de câncer colorretal em Campo Grande
Médico urologista e diretor técnico do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Marcelo Vilela (Foto: Marcos Maluf)

“Quem tem histórico familiar de câncer colorretal deve procurar fazer a colonoscopia a partir dos 40 ou 45 anos, pois o câncer colorretal é um câncer silencioso, que pode não apresentar sintomas até que esteja em estágio avançado”, alertou o especialista.

No Hospital do Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, os números de atendimentos relacionados ao câncer colorretal são preocupantes. Em 2024, foram realizadas 36 cirurgias e 167 internações para tratamento da doença. Já em 2025, até o momento, o número de cirurgias subiu para 44 e as internações para 156, o que mostra um aumento na demanda por tratamento dessa doença.

Em relação ao tratamento quimioterápico, em 2024, 268 pacientes passaram por sessões de quimioterapia e três pacientes realizaram radioterapia. Em 2025, o número de pacientes que passaram por quimioterapia caiu para 196 e não houve nenhum caso de radioterapia até agora.

Marcelo ainda enumerou alguns sintomas importantes que podem indicar a presença do câncer colorretal, como irritação gástrica, sangue nas fezes, intestino preso, diarreia, emagrecimento excessivo, anemia e alterações nas fezes. Muitos pacientes só buscam ajuda médica quando a doença já está em um estágio avançado, o que diminui significativamente as chances de sucesso no tratamento.

Obesidade e tabagismo elevam casos de câncer colorretal em Campo Grande
Casos de câncer em Mato Grosso do Sul nos últimos quatro anos (Arte: Clara Farias)

Fatores regionais – Marcelo também fez referência a alguns hábitos culturais da região, como o consumo de tereré e o excesso de sódio presente no shoyu, que podem agravar o quadro de câncer colorretal. “O tereré, por exemplo, contém a erva-mate, que pode ser contaminada com a bactéria Helicobacter pylori, e isso pode irritar o intestino. Além disso, o consumo de alimentos com muito sódio, como o shoyu, também contribui para o aumento do risco”, explicou.

No caso específico de Campo Grande, o consumo de carne vermelha e produtos industrializados também tem um impacto direto no aumento da incidência de câncer colorretal. “A proteína vermelha em excesso é um fator irritante para o intestino, já que sua digestão é mais difícil. As regiões com maior consumo desses alimentos tendem a ter mais casos de câncer colorretal”, afirmou o urologista.

O que fazer – Dr. Vilela reforçou a importância de uma política pública de prevenção e diagnóstico precoce, como já ocorre com o controle do tabagismo, que é tratado como uma prioridade de saúde pública há décadas. “A cultura de prevenção precisa ser estabelecida de forma permanente e eficiente. Somente com uma ação integrada entre governo, profissionais de saúde e população será possível mudar esse cenário e reduzir os números de câncer colorretal no Brasil”, concluiu.

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