O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi a estrela de um jantar oferecido em Nova York pela Refit, alvo da megaoperação da Receita Federal contra fraudes fiscais.
O jantar ocorreu há seis meses, na noite de 12 de maio. Estava presente o dono da refinaria, Ricardo Magro, além de outros empresários e políticos brasileiros.
Na época, a Refit já era conhecida como a maior sonegadora de ICMS do país.
A participação de Motta no jantar está documentada em relatório oficial sobre a viagem apresentado à Câmara. O deputado recebeu R$ 14.429,25 em diárias para participar de eventos na cidade americana.
Ele viajou em jato da Força Aérea Brasileira (FAB) e usou a viagem para defender o aumento do número de deputados, depois vetado pelo presidente Lula.
Nos últimos meses, Motta tem sido criticado por não pautar a votação do projeto que pune devedores contumazes, como a Refit.
O texto foi aprovado no Senado no início de setembro. Passados quase três meses, o presidente da Câmara nem sequer designou um relator.
Em outubro, o Instituto Combustível Legal criticou a demora na tramitação do projeto.
“A inércia legislativa penaliza quem cumpre a lei e favorece grupos econômicos que utilizam o não pagamento de impostos como estratégia comercial”, afirmou a entidade.

