Representantes de autoescolas do Brasil inteiro realizaram, nesta quarta-feira (26/11), uma manifestação contra o novo modelo de formação de condutores, proposto pelo Ministério do Transporte. O protesto. realizado em Brasilia, reuniu instituições de 21 unidades federativas — só não estiveram presentes representantes do, AP, PA, PB, PI, RS e RR. Segundo o presidente do sindicato dos Centros de Formacao de Condutores de Veiculos Automotores do DF (Sindauto-DF), Francisco Joaquim Loiola, as principais críticas feitas são sobre o atraso da resolução e a substituição do instrutor CLT pelo autônomo.
“Colocar um instrutor para dar aula de direção, é a uberização. Estão querendo colocar os cursos em EAD e estão querendo colocar o instrutor para dar aula através de aplicativo. O instrutor que não tem o curso de instrutor ainda, ele faz um curso EAD, não tem nem duplo comando (pedal de freio do lado do instrutor). É uma loucura”, falou o presidente do sindicato.
De acordo com Loiola, a falta da resolução definitiva vem se mostrando um problema financeiro para as autoescolas de todo o Brasil. Devido à demora, as instituições educadoras não estão atraindo mais clientes, que esperam o barateamento da carta de motorista.
“Se a carteira de motorista está cara, a gente tem que sentar para saber onde podemos ser acessíveis e baratear esse preço. Mas ele foi irredutível, não quis conversar com a categoria, e estamos há mais de 100 dias sem toque de caixa, porque a população ficou esperando esses valores baixarem. Ninguém procura mais autoescola para tirar a carteira, e o nosso negócio está indo ao fracasso.”, explicou.
O presidente afirmou que a mudança proposta para reduzir o preço da carteira de motorista para R$500 é mais eleitoreira do que uma preocupação, de fato, com a população, visto que o principal “vilão” do preço elevado vem das taxas do DETRAN, custando perto de R$1000 e o órgão necessita desse dinheiro para atuar também.
“Porque o Detran é uma autarquia que depende de recurso também, tem folha de pagamento para fazer. Como é que vai ficar? O examinador vai trabalhar de graça? O psicólogo vai trabalhar de graça também?”, indagou.
Procurado, o Ministério do Transporte não respondeu os questionamentos, o espaço segue aberto para manifestações.
*Estagiário sob supervisão de Edla Lula

