BC recebeu um “abacaxi para descascar’ no caso Banco Master e lidou com competência

por Assessoria de Imprensa


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que o Banco Central recebeu um “abacaxi” para descascar no caso do Banco Master e o fez com competência, já que não era simples lidar com um problema herdado.

— O presidente Gabriel Galípolo recebeu uma herança difícil do ponto de vista regulatório, tanto em relação às fintechs quanto ao próprio Master. Nunca tratei do tema em detalhe porque a autoridade regulatória é o Banco Central. Naquilo que afetava a Fazenda, eu acompanhei o caso, porque havia risco de prejuízo fiscal estourar na conta do Tesouro. Também importa a questão do FGC — um terço bancado por bancos públicos como Caixa e Banco do Brasil. E havia ainda a situação da CVM, com o pedido de demissão do presidente em um ambiente muito tóxico, que gerou muita especulação – afirmou em entrevista ao Estúdio i.

Sobre o prejuízo dos Correios, que pode chegar a R$ 10 bilhões em 2025, ele disse que qualquer solução para o caso necessariamente passa por um plano de reestruturação e que não há discussão no governo para privatização.

– Não vejo debate dentro do governo sobre privatizar os Correios. Não vejo nenhum ministro propondo isso. Até porque fizemos um levantamento recente sobre a situação dos serviços postais no mundo: é muito difícil o Estado abrir mão desses serviços, até porque parte deles é subsidiada para garantir a universalização. O que tem acontecido lá fora é agregar aos serviços postais outras funções — financeiras, previdenciárias, secundárias — para dar sustentabilidade ao serviço postal universal. É isso que estamos discutindo com a nova diretoria.

Haddad, acredita que, caso o projeto que cria aposentadoria especial para agentes de saúde seja confirmado pela Câmara, não haverá necessidade de judicialização. Isso porque a regra estabelecida pelo Supremo, ainda que em caráter liminar, determina que, ao anunciar um aumento de despesa, é preciso indicar a fonte de financiamento. Ainda sim, ele apela para o bom-senso do Congresso.

– Na minha opinião, independentemente de mudança na lei, trata-se de bom senso. O Congresso foi parceiro do governo no esforço de dar sustentabilidade a despesas contratadas que nem foram discutidas. Se o Congresso fez esse enorme esforço para chegar a um Orçamento com superávit primário e uma meta fiscal a ser cumprida, desfazer esse trabalho não me parece um caminho adequado. E, de novo, estamos abertos a discutir o mérito de qualquer proposta. Levamos quatro anos para pagar uma dívida de R$ 80 bilhões, herdada do governo anterior, sem fonte de financiamento. O Brasil não aguenta isso. O ideal é sentar com o Congresso e definir o que é prioritário. Vamos buscar o que existe de espaço. E, se não houver sustentabilidade, o que acontece? Inflação, endividamento. Prejudica o crescimento, prejudica a queda dos juros.



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