O mundo encantado das notas oficiais de Bolsonaro e Vorcaro

por Assessoria de Imprensa


Cabe aos advogados de defesa lutarem por seus clientes. Do jeito que der. E isso inclui notas oficiais que usam de contorcionismo extremo para livrar a cara de personagens encrencados.

No sábado, surgiram dois exemplos eloquentes do mundo encantado das notas oficiais. Referia-se à decretação das duas prisões mais espetaculares da temporada — a de Jair Bolsonaro, no domingo, e a de Daniel Vorcaro, na segunda-feira passada.

No caso de Bolsonaro, a nota oficial afirmou que sua prisão causou “profunda perplexidade principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos, está calcada em uma vigília de orações”. Sobre o ferro quente na tornozeleira, nenhuma palavra. Zero.

Já a nota da defesa do dono do Banco Master, publicada longos cinco dias depois de Vorcaro ser preso, nega todas as acusações resultantes das investigações do BC e da PF: “o fundamento das investigações contra Daniel Vorcaro até agora é um fato inexistente. Não há nenhuma fraude de R$ 12 bilhões”.  E joga no colo da Tirreno Consultoria toda a culpa pelas carteiras de crédito fraudadas: “as carteiras foram adquiridas previamente pelo Banco Master da Tirreno, promotora de crédito cujo responsável tinha larga experiência na geração de crédito consignado”.

Os advogados, no entanto, preferiram ignorar o fato de a Tirreno ter sido criada apenas um mês antes do contrato fechado com o banco. E, apenas 72 horas antes desse contrato ser assinado, a Tirreno aumentou  seu capital social de R$ 100 para R$ 30 milhões. Mais: a Tirreno tornou diretor um ex-funcionário do Master (suspeito de lavagem de dinheiro).



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