O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, delineou planos para vender 5% do clube através de uma subsidiária recém-criada, como parte de uma iniciativa revolucionária para atrair investidores externos pela primeira vez.
Na assembleia anual do clube, no domingo (23), Pérez disse a alguns dos 100 mil sócios que permitiria a votação sobre o plano em uma reunião extraordinária em um futuro próximo, afirmando que os novos investidores devem “nos ajudar a proteger nosso patrimônio de ataques externos”.
O plano representa a maior mudança de propriedade nos 123 anos de história do Real, um clube de futebol com uma enorme base de fãs global, centenas de milhões de seguidores nas redes sociais e receita de €1,1 bilhão (R$ 6,8 bilhões) no ano passado, a maior entre todos os times do mundo.
Isso ocorre em um momento em que os investimentos financeiros no futebol continuam a aumentar. Os clubes da Premier League inglesa gastaram muito mais do que seus rivais espanhóis em novos jogadores neste verão, enquanto o grupo de investimento americano Apollo fechou um acordo neste mês para comprar uma participação majoritária no Atlético de Madrid, rival local do Real.
Pérez afirmou que o clube precisará criar uma nova subsidiária que será propriedade dos sócios atuais e venderá uma participação de “cerca de 5%” para um ou mais investidores.
Buscando tranquilizar possíveis preocupações, ele disse que as participações dos investidores externos serão “simbólicas” e “limitadas”, acrescentando que os novos acionistas devem “respeitar nossos valores, contribuir para o crescimento do clube e nos ajudar a proteger nosso patrimônio de ataques externos”.
Caso os novos acionistas desejem vender suas participações, o Real Madrid sempre terá o direito de preferência na compra, afirmou.
“Precisamos evitar que a propriedade e o controle do destino do clube caiam nas mãos de alguns indivíduos, como já aconteceu em outros clubes”, disse Pérez.
Ele disse que as mudanças corporativas “reconheceriam formalmente” os 100 mil sócios existentes como os “verdadeiros proprietários” do clube, consolidando esse número e também atribuindo um valor monetário à condição de sócio.
“Ter um cartão de sócio do Real Madrid não será mais apenas uma questão sentimental”, disse Pérez. “Terá também um valor tangível e real.”
O empresário bilionário disse que, quando se juntou ao clube, em 2000, este estava praticamente falido e “eu até tive que garantir pessoalmente €147 milhões (R$ 911,3 milhões) do meu próprio patrimônio para salvá-lo”.
Com as mudanças de propriedade planejadas, “ninguém poderá diluir nosso status de proprietários ou alterar o equilíbrio que garante a independência e estabilidade do Real Madrid”, disse Pérez.
