A 30ª Conferência das Partes (COP30), que estava prevista para encerra às 18h desta sexta-feira (21/11), vai precisar prolongar as atividades por falta de um acordo nas negociações. Segundo a Agência France-Press os negociadores permaneciam a portas fechadas enquanto tentavam alcançar um consenso para o relatório final.
Não é incomum que as discussões se estendam depois do horário oficial de encerramento das Conferências. Em muitos casos, os negociadores chegam a passar a madrugada no local em busca de um acordo. Na COP29, no Azerbaijão, o relatório foi entregue com um dia de atraso.
Na madrugada desta sexta, o Brasil publicou o último rascunho do documento, intitulado Mutirão Global. O relatório, no entanto, foi amplamente criticado pela falta de menção aos combustíveis fósseis e metas consideradas pouco ambiciosas para a transição energética. Em coletiva, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, chegou a afirmar que “todos vão perder” caso não se chegue a um acordo.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Cerca de 30 países comunicaram discordância do relatório. Em carta, Colômbia, Costa Rica, França, Reino Unido, Holanda e Espanha e outros signatários destacaram: “Não podemos apoiar um texto que não inclua um roteiro para uma transição justa, ordenada e equitativa para a eliminação dos combustíveis fósseis”. Uma das hipóteses é que o recuo brasileiro seja motivada pela resistência de países petroleiros, como Arábia Saudita, Irã e Rússia.
As negociações também sofreram atraso com o incêndio que se alastrou na tarde de quinta-feira (20/11) na Zona Azul, área restrita da COP. Em decorrência do incidente, o local foi evacuado por volta de 14h30 e permaneceu interditado até por volta de 20h40.

