Curaçao. Guarde o nome dessa ilha, bastante conhecida como destino turístico paradisíaco e pela bebida Curaçao Blue, localizada no sul do mar do Caribe, a 65 km da costa norte da Venezuela.
Ela estará no ano que vem pela primeira vez em uma Copa do Mundo.
Esse fato nem seria uma novidade estrondosa, pois, com o inchaço da competição para 48 seleções, fazendo-a a maior de todas em quantidade, outros países também estrearão (Cabo Verde, Jordânia, Uzbequistão).
Ao empatar sem gols como visitante com a Jamaica no estádio Independence Park, em Kingston, Curaçao assegurou uma das vagas destinadas à Concacaf (confederação que reúne Américas do Norte e Central e o Caribe) para o Mundial de 2026.
Ao desembarcar em uma das sedes da competição (EUA, Canadá e México) e entrar em campo, se tornará o menor país a participar da Copa do Mundo, que de 1930 a 2022 contou com 80 nações distintas. A Fifa, em seu ranking, elenca 211 seleções –Curaçao ocupa o 82º lugar.
Menor tanto em área como em população. A ilha, que se desmembrou das Antilhas Holandesas em 2010, tornando-se um país autônomo, tem área de 444 km², um pouco maior que a do município de Arataca (436 km²), no sul da Bahia, e população de 156 mil, um pouco inferior à da cidade de Toledo (160,7 mil), no oeste do Paraná.
O recorde anterior de país com menor área a ir a uma Copa pertencia a Trinidad e Tobago (5.128 km²), participante na Copa da Alemanha-2006, e o de nação com menos gente, à Islândia, perto de 350 mil habitantes na Copa da Rússia-2018.
Além disso, Curaçao pode estabelecer mais uma marca na Copa que começa em junho, contrastando com sua “caçulice”: a de senescência, na figura de seu treinador, o holandês Dick Advocaat.
Com 78 anos, caso ele permaneça no comando do selecionado curaçauense, será o mais velho técnico já presente na competição de futebol mais badalada que existe.
Nas 22 edições realizadas do Mundial, quem teve a idade mais avançada ao segurar a prancheta foi o alemão Otto Rehhagel, que tinha 71 anos na Copa de 2010, na África do Sul, à frente da Grécia.
Advocaat, todavia, não será calouro em Copa como Curaçao. Treinou a Holanda nos EUA-1994, perdendo nas quartas de final para o depois campeão Brasil, e a Coreia do Sul em 2006, parando na fase de grupos.
Responsável pela campanha vitoriosa e invicta da ilha caribenha nas Eliminatórias da Concacaf (sete vitórias e três empates), Advocaat não esteve no banco justamente no jogo da classificação, na Jamaica. Alegou problemas particulares e deixou a delegação quatro dias antes do confronto. Assumiu um de seus auxiliares, o surinamês Dean Gorré.
No elenco de 23 atletas que classificou Curaçao para a Copa, todos nasceram na Holanda.
Os astros da equipe, responsáveis pela maioria dos gols e pela articulação das jogadas, são os irmãos Bacuna: Leandro, 34, que capitaneia o time, e Juninho, 28, ambos meio-campistas, ambos com passagens pelo futebol britânico, ambos atualmente na Turquia.
Devido às suas peculiaridades, Curaçao deve ser um dos personagens bastante enfocados no sorteio dos grupos do Mundial, no começo de dezembro.
Você ainda lerá e verá muito dele até a Copa. Mais ainda se a bolinha com seu nome sair no grupo do Brasil.
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