A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar a tarifa adicional sobre alguns produtos agrícolas exportados pelo Brasil foi bem recebida por interlocutores do Ministério da Fazenda. Um integrante da pasta destacou que o recuo de Trump beneficia produtos em que o Brasil é bastante competitivo, como café, carne bovina e suco de laranja. A expectativa é de retomada das exportações dos produtos beneficiados, que tiveram quedas entre agosto e outubro.
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A lista inclui também banana, açaí e castanha de caju. Outras frutas, como tomate e manga, terão um regime especial, com isenção da tarifa adicional em períodos específicos ao longo do ano.
O tarifaço entrou em vigor no dia 6 de agosto. Na decisão inicial, Trump citou uma perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de ameaças a plataformas americanas. Depois, durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro, o presidente dos Estados Unidos esteve rapidamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que eles tiveram uma “excelente química”. Oficialmente, as negociações sobre as tarifas foram abertas no dia 6 de outubro, quando os dois líderes conversaram por telefone.
Na ordem executiva desta quinta, Trump mencionou um “avanço inicial” das negociações entre os dois países, ponto considerado importante pelo interlocutor da Fazenda.
Trump também citou textualmente a ligação com Lula e disse que recebeu recomendações de oficiais do governo americano, especialmente sobre produtos agrícolas.
“Após considerar as informações e recomendações que me foram fornecidas por esses funcionários e o andamento das negociações com o Governo do Brasil, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem imposta pelo Decreto Executivo 14323.”
Em nota, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, afirmou que o agronegócio não pode ser alvo de medidas de “cunho político” e que a nova decisão vai na direção correta ao considerar o Brasil um fornecedor “confiável, competitivo e parte essencial da segurança alimentar mundial”.

