Impacto das big techs no clima é negligenciado na COP30, diz agência da ONU

por Assessoria de Imprensa


A agência especializada em tecnologia da ONU, União Internacional de Telecomunicações (ITU), revelou em um levantamento divulgado nesta quarta-feira (19/11) que as metas climáticas dos países da COP30, que acontece em Belém, ignoram os impactos causados pelas big techs no clima, apesar de mencionarem a tecnologia digital como forma de auxílio na adaptação das mudanças ambientais.

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O relatório da ITU mostra que 90% das 53 Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que representam as metas que cada país signatário da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), fazem referências às tecnologias digitais. Elas aparecem em tópicos como energia, agricultura, silvicultura, gestão de recursos hídricos, transporte e redução do risco de desastres, com os países buscando soluções digitais para fortalecer a mitigação das mudanças climáticas, a adaptação e as avaliações de perdas e danos.

As NDCs, submetidas entre 1º de janeiro e 29 de setembro de 2025, não mencionam, porém, o impacto do setor de cerca de 1,5% a 4% nas emissões globais de gases do efeito estufa, dados também divulgados pelo braço da ONU. A agência digital explica que não reconhecer os prejuízos ao clima causados pelas empresas de tecnologia atrapalha na luta contra as mudanças climáticas.

“Sem maior transparência, as emissões podem migrar entre setores sem diminuir no geral, alerta o relatório da ITU. É necessário um monitoramento mais rigoroso e categorias consistentes para garantir que a digitalização reduza mais emissões do que gera”, diz o artigo.

Na avaliação dos pesquisadores, a ignorância dos problemas das grandes empresas deriva de separações equivocadas na distribuição dos setores e suas emissões.

“Os atuais inventários nacionais, seguindo uma estrutura setorial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), distribuem as emissões relacionadas ao setor digital por vários outros setores, como energia, processos industriais, agricultura e uso da terra, e resíduos. Isso dificulta isolar, rastrear e regular o impacto digital.”

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro


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LC





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