Padre charmoso de ‘Mulheres Apaixonadas’ visita Campo Grande após 23 anos

por Assessoria de Imprensa


Mais de duas décadas depois de promessa à mãe, italiano Nicola Siri enfim chega à terra natal dela

Padre charmoso de novela esperou 23 anos para visitar Campo Grande
Nicola Siri durante novela dos anos 2003 e atualmente, em Campo Grande (Foto: Reprodução)

Você se lembra do padre Pedro, ou melhor, ‘padre charmosão’, que conquistou inúmeras mulheres nos anos 2000? Interpretado pelo italiano Nicola Vittorio Siri, o personagem de Mulheres Apaixonadas arrancou suspiros de quem não perdia um episódio só para ver um dos galãs da época. O que muitos não sabem é que a mãe do ator, Iolanda Rasetto, nasceu e morou em Campo Grande. Neste final de semana, 23 anos depois da promessa que fez a ela, Nicola enfim conseguiu estar aqui.

O ator italiano Nicola Vittorio Siri, conhecido por interpretar o carismático Padre Pedro na novela “Mulheres Apaixonadas” em 2003, visitou Campo Grande pela primeira vez. A viagem cumpre uma promessa de 23 anos feita à sua mãe, que viveu na cidade durante a juventude antes de se mudar para a Itália. Durante sua estada, Siri participou do Festival Curta Campo Grande, onde seu filme “Cardo” conquistou o prêmio de Melhor Montagem. O ator, atualmente com 57 anos, demonstrou surpresa com a forte presença da cultura indígena na capital e aproveitou para reconectar-se com parentes distantes de sua família.

Aos 57 anos, essa foi a primeira vez dele na terra onde a mãe nasceu e viveu até a adolescência. Estar aqui era uma vontade antiga, que sempre deixava para depois devido aos compromissos da vida. Iolanda saiu da Cidade Morena quando tinha 16/17 anos e foi morar na Itália. Desde então, o filho promete a ela todos os anos que visitará o lugar onde ela viveu.

“Eles moravam em uma casa na frente do colégio Maria Auxiliadora. Nos anos 20, que meus avós se conheceram em Campo Grande. Então, minha avó paraguaia, meu avô italiano decidiram formar uma família. E se apaixonaram, justamente, casaram e nasceram as quatro filhos, tia Rosita, que é mais velha, tia Margot, minha mãe, Yolanda e meu tio Ítalo”.

Padre charmoso de novela esperou 23 anos para visitar Campo Grande
Família Rossetto em Cmapo Grande, entre anos 1920 e 1950 (Foto: Arquivo pessoal)

Nicola acredita que eles tenham ido para Itália em 1950 e conta que os avós chamavam Heraldo Razetto e Maria Venância Paz.

Voltando à novela, até a música tema dos momentos intensos de Pedro e Estela faz muita gente relembrar o casal marcante na teledramaturgia. Apesar de já ter feito outros papéis na Itália, foi com o Padre Charmoso que o ator iniciou a carreira nas telas brasileiras. Ao Lado B ele explica que até hoje é chamado de padre Pedro e que não se incomoda com isso.

“Foi um papel que marcou muito e que continua. É inacreditável que ainda as pessoas continuam me chamando de padre Pedro, que é um trabalho que fiz em 2003. Então para qualquer profissional ser lembrado por um trabalho específico de 22 anos atrás é uma coisa, na verdade, muito prazerosa. Foi meu primeiro trabalho no Brasil é tão lembrado assim. Então, de jeito nenhum  em incomodo, eu fico feliz”.

A vinda foi uma oportunidade ‘dois em um’: primeiro, para prestigiar o Festival Curta Campo Grande e, segundo, para conhecer um pouco da Capital. O ator atuou no elenco do filme Cardo e disputou o prêmio Tuiuiú com outros 49 filmes. O curta levou o título de Melhor Montagem na 2ª edição do Festival.

Padre charmoso de novela esperou 23 anos para visitar Campo Grande
Família Rasetto, pai, mãe, Nicola de luvas e o irmão, na Itália (Foto: Arquivo pessoal)

Nicola aproveitou para conhecer o restaurante de comida árabe Yallah, a casa do artista Manoel de Barros e bares da cidade.

“Para mim, é uma felicidade absurda. Consegui resgatar sobrinhas e netas de amigas da minha mãe. Estamos falando direto e elas estão mandando fotos. Toda a minha família vive na Itália, mas nasceu aqui e ficou um tempo. Há figuras históricas fundamentais de Campo Grande que eram amigas de infância da minha mãe e das minhas tias e tios. Moro no Brasil há 23 anos e nunca tinha vindo. Falava para a minha mãe que viria e nunca dava, até que surgiu a oportunidade”, contou.

Nicola ressalta o quanto acha importante tirar o monopólio de grandes cidades quando o assunto é cinema e arte. Outra surpresa, típica de muitos que chegam pela primeira vez no escuro, foi em relação à cultura indígena na Capital.

“Estou adorando o quanto a cultura indígena é preservada, o quanto é um diamante. Eu achei muito bacana isso. Quero sempre ressaltar o quanto é bacana se dar conta de que o Brasil é dos povos indígenas. Foram muitos curtas que mostram as raízes de verdade em um só país”.

Padre charmoso de novela esperou 23 anos para visitar Campo Grande
Curta do qual ator faz parte ganhou prêmio de melhor montagem em Campo Grande (Foto: Reprodução)

Nicola esteve nos três dias de apresentação dos filmes no festival. Ele também comentou que nunca conseguiu acompanhar a produção de curtas de Mato Grosso do Sul e admite ignorância em muitas coisas.

“Ontem descobri que Manoel de Barros, um dos maiores nomes da literatura mundial, é daqui. Isso é ignorância minha mesmo e creio que pode ser de mais pessoas. O filme e a arte são muito subjetivos, tem coisa que achei melhor, tem coisa que já não. Muitos filmes sem diálogo foram uma escolha desses últimos tempos de mostrar o quanto a imagem é importante, a fotografia muito boa”, comentou sobre as produções locais.

No curta Cardo, dirigido por Allan Riggs e Guilherme Suman, o italiano interpreta um soldado brasileiro em meio ao fim da Segunda Guerra Mundial. Ele entra em uma espiral de sangue e vingança em nome de um amor. Ao todo, a produção tem 21 minutos.

O Festival Curta Campo Grande conta com recursos da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc) e do MinC (Ministério da Cultura) e neste ano prestou homenagem ao cineasta Cândido Alberto da Fonseca, uma das figuras pioneiras do audiovisual em Mato Grosso do Sul, que faleceu em abril deste ano aos 71 anos.

Padre charmoso de novela esperou 23 anos para visitar Campo Grande
Antes e depois do ator italiano Nicola Siri, que tem laços com Campo Grande (Foto: Reprodução)

Confira a premiação completa: 

  • Melhor curta de ficção nacional – Fruta Frizz, de Kauan Okuma Bueno (SP)
  • Melhor curta de ficção MS – A Última Porteira, de Renato Rezende
  • Melhor curta documentário – Campo Cênico, de Pedro Miyoshi (MS)
  • Melhor curta de ficção nacional – Boiúna, de Adriana de Faria (PA)
  • Melhor curta de ficção de MS – Sebastian, de Cainã Siqueira
  • Melhor direção – Boiúna, de Adriana de Faria (PA)
  • Melhor atuação – Tero Queiroz, em A Última Porteira
  • Melhor roteiro – Linda do Rosário, de Vladimir Seixas (RJ)
  • Melhor fotografia – Arame Farpado, de Renato Hojda (SP)
  • Melhor Arte – Cavalo Marinho, Sergio Silveira (PE)
  • Melhor Som – Boiúna, Lucas Coelho (PA)
  • Melhor Montagem – Cardo, de Allan Riggs e Guilherme Suman (RS)
  • Melhor curta documentário – Koi e o Rio, de Ricardo Pieretti Câmara e Maurício Copetti (MS)

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