Na segunda semana da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém, a segurança foi intensificada com a chegada de ministros e autoridades de 160 países, para a segunda e última semana do evento. Além do aumento no número de homens do Exército Brasileiro e também da Polícia Militar (PM), novas barreiras de fiscalização e equipamentos de alta tecnologia, como sistemas de bloqueio eletrônico de drones, estão sendo utilizados.
O reforço ocorreu após o protesto da última sexta-feira, quando indígenas da etnia Munduruku invadiram a entrada principal da Zona Azul — principal área de negociação da COP30 —, causando tumulto. Eles queriam conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas acabaram sendo recebidos pelas ministras Marina Silva e Sônia Guajajara, e pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago.
A manifestação fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) enviasse uma carta, assinada por Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), ao governo brasileiro, pedindo providências para melhorar a segurança, principalmente para esta semana, com a chegada de importantes delegações. Novas barreiras de fiscalização e revistas foram instaladas dentro da área onde antes a circulação era livre.
Dez mil homens
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), equipes de segurança estão distribuídas em todas as regiões da capital, com cerca de 10 mil homens e mais de 700 viaturas do Sistema Estadual de Segurança Pública. Segundo a nota, todo o policiamento está dentro do planejamento realizado pelas forças de segurança estadual, municipal e federal.
Para se ter acesso ao evento, agora, é preciso passar por várias barreiras e também por revistas pessoais, com as credenciais de acesso sendo conferidas em cada etapa do trajeto até a chegada à Zona Azul. Homens armados ficam espalhados por toda a área e veículos estão sendo monitorados com mais rigor.
Ao chegar aos arredores da COP30, os participantes são direcionados para pontos específicos de triagem, onde ocorre a primeira conferência da credencial e a checagem do QR Code individual fornecido pela UNFCCC. Essa etapa tem a função de separar visitantes, delegados, imprensa e equipes técnicas, garantindo que cada grupo siga rotas predefinidas até os acessos oficiais da área restrita.
Triagem
Depois da triagem inicial, os participantes passam por detectores de metal, inspeção de bagagens por raio-X e revista pessoal realizada por agentes de segurança treinados. Apenas após essa verificação, é permitido o deslocamento para a zona interna, onde novos pontos de controle reforçam o monitoramento. Cada barreira conta com equipes multilíngues e orientadores, que auxiliam no fluxo e conferem novamente as credenciais.
Outra medida de segurança que está sendo utilizada é o sistema Drone Blocker, um bloqueador de drones. O equipamento faz o controle do espaço aéreo contra drones não autorizados e já foi usado em grandes eventos como os Jogos Olímpicos Rio 2016, a Cúpula do G20 — grupo das 19 maiores economias do planeta mais a União Europeia —, encontros do Brics — grupo de emergentes inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora, ampliado —, e diversas ações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além de operações de combate ao garimpo ilegal e ao narcotráfico na Amazônia.
O sistema de bloqueio atua detectando e, em seguida, bloqueando os sinais de comunicação entre o drone e o operador, provocando diferentes reações automáticas como pouso forçado, retorno à base original ou perda completa de controle. Com a ruptura da comunicação, os dados deixam de ser transmitidos.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
?

