A Polícia Judiciária de Portugal prendeu, neste sábado, em Lisboa, um traficante suspeito de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecido como “Hulk”. O brasileiro Ygor Daniel Zago, de 44 anos, estava na lista vermelha da Interpol e foi preso junto à mulher, Fernanda Ferrari Zago, de 40, após operação para cumprir mandados internacionais emitidos pelo Brasil.
“Hulk” havia sido condenado no Brasil a 29 anos de prisão por tráfico internacional de drogas e tinha prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
Segundo o comunicado da Polícia Judiciária portuguesa, em 2023, após a apreensão de 30 mil litros de metanol, a investigação brasileiro levou à descoberta de uma organização criminosa envolvida no comércio de combustível adulterado com metanol, incluindo casos de corrupção de funcionários públicos e ocultação de bens e fundos derivados dessas atividades ilícitas.
“A organização criminosa operava de forma organizada e estruturada, com uma clara divisão de funções, sendo que à frente da organização estava um dos elementos agora detido (“Hulk”), responsável por tomar decisões relativas a todas as atividades da organização, emitir ordens aos subordinados e gerir os recursos financeiros do grupo criminoso”, diz a polícia.
Na conta bancária da esposa de “Hulk”, foram identificados fundos ilícitos da organização criminosa, auxiliando na ocultação de bens e valores. Além disso, foi apurada a titularidade de diversos veículos de luxo, utilizados por outros membros da organização, aponta a Polícia Judiciária.
Por esses fatos, diz a corporação, ambos poderão ser condenados a uma pena de 12 anos de prisão. Eles irão se apresentar ao Tribunal da Relação de Lisboa, para aplicação de uma medida de coação.
Procurado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Justiça, disse que não se manifesta em relação a casos específicos, uma vez que correm em sigilo, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A Polícia Federal não respondeu até a publicação da reportagem.

