O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu neste sábado converter em domiciliar a prisão de Thaisa Hoffmann, detida na quinta-feira em uma nova fase da Operação Sem Desconto — que investiga suspeitas de desvio de valor bilionário de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Ela deverá colocar tornozeleira eletrônica e entregar todos os passaportes, entre outras exigências.
Thaisa é casada com o ex-procurador do INSS Virgílio Oliveira Filho, também preso na quinta-feira. Após a operação, as defesas de Virgílio e de Thaísa afirmaram que os dois se apresentaram espontaneamente à Polícia Federal (STF) e que os clientes iriam “contribuir para o esclarecimento dos fatos”.
Na decisão, Mendonça afirma que Thaisa pediu a conversão da prisão por ser mãe de um bebê de um ano e quatro meses, lactante, que, ainda, precisa ser amamentado três vezes ao dia. O filho do casal ficou sob os cuidados emergenciais da avó de 73 anos.
A Procuradoria-Geral da República se manifestou favorável à prisão domiciliar.
Mendonça afirma, no seu despacho, que “a priorização dos interesses da criança deve ser reconhecida, de maneira que o filho do casal preso tenha o menor sofrimento possível, em virtude das condutas ilícitas potencialmente perpetradas por seus pais”.
Assim, ele determina a conversão da prisão, o uso de tornozeleira e a entrega do passaporte. Além disso, ela não poderá manter contato com qualquer pessoa investigada no âmbito da Operação Sem Desconto — o que não se aplica ao seu marido, que permanece preso preventivamente. Thaís também poderá visitar Virgílio, mas fica proibida de conversar sobre as investigações.

