O prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante), agrediu ontem o jornalista Wesley Costa, da Rádio Liberal, do Pará, diante do estúdio da emissora na COP30. Após o episódio, a organização decidiu suspender a credencial do político, que não poderá mais acessar a conferência.
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Relatos de testemunhas apontam que Costa foi atingido por um tapa no rosto. A motivação do ataque ainda não foi esclarecida. O episódio foi revelado pela Rádio CBN.
As testemunhas afirmam que a agressão pode ter sido desencadeada por uma postagem recente do jornalista, que mostrava o prefeito — apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — em uma “conversa descontraída” com o ministro da Secretaria Especial da Presidência, Guilherme Boulos. Goiano também teria ofendido verbalmente duas produtoras da rádio antes da bater em Costa.
O jornalista diz que, após a postagem, a assessoria de imprensa da prefeitura de Parauapebas confirmou a participação do prefeito em uma entrevista no local da COP30. No entanto, ao chegar no local combinado, Costa foi agredido por Goiano.
— No dia seguinte (à postagem), a assessora dele pediu que a gente fizesse uma entrevista. Nós, claro, aceitamos. Ele ficou de vir aqui e, desde que chegou, viu que seria eu quem faria. O prefeito disse, então, que não faria a entrevista, brigou com as duas produtoras. Quando meu programa ao vivo terminou, ele passou novamente pelo estúdio e me xingou. Fui até ele para ouvir o que estava dizendo e levei o tapa. Vamos ver a decisão que a ONU vai tomar — disse Costa após a agressão.
Após o tapa, jornalistas que estavam no local acionaram a equipe de segurança, que conduziu o prefeito a uma área reservada. Costa recebeu atendimento no hospital montado na Blue Zone, área onde ocorrem os debates das autoridades na COP30. Ele passa bem e informou que iria denunciar o caso à polícia.
A organização da COP30 decidiu suspender a credencial do prefeito. Procurado, ele não quis se manifestar.

