Fiscalização faz parte da Operação Metanol, que fechou fábrica clandestina no início do mês
A Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) realizou, nesta sexta-feira (14), fiscalização em um estabelecimento localizado na Rua dos Cientistas, no Jardim Ivone, em Ponta Porã, cidade a 313 km de Campo Grande. No local, foram encontradas 58 garrafas da mesma marca produzida em fábrica clandestina de Terenos, interditada no início deste mês.
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) apreendeu 58 garrafas de bebidas alcoólicas irregulares em uma conveniência em Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande. Os produtos são da mesma marca fabricada em uma indústria clandestina de Terenos, interditada no início do mês. A fábrica, que teve registro cancelado em 2024, operava sem autorização desde 2023. No local, garrafas recicladas eram lavadas apenas com detergente comum e reutilizadas para envase de vodka, gin, vinho e coquetéis alcoólicos, sem condições mínimas de higiene. O proprietário foi preso em flagrante.
A fiscalização, que faz parte da Operação Metanol, contou com apoio da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã e de fiscais da Vigilância Sanitária e do Procon municipal.
A equipe foi ao local para verificar a possível ligação da conveniência com a produção e comercialização das bebidas fabricadas ilegalmente em Terenos. Essa suspeita surgiu porque, durante a vistoria na fábrica clandestina, foram encontrados pedidos de venda destinados ao comércio de Ponta Porã. Além disso, o CNPJ da conveniência teria sido utilizado pela fábrica, numa tentativa de “esquentar” notas fiscais e rótulos dos produtos adulterados.
Durante a fiscalização, apenas uma vendedora estava no estabelecimento. Ela informou quem seria o proprietário real do negócio, que deverá ser intimado assim que localizado para prestar esclarecimentos.
No local, os fiscais encontraram 58 garrafas de coquetel alcoólico da marca Shirlof, a mesma produzida clandestinamente em Terenos, todas expostas para venda. As investigações agora seguem para identificar o fornecedor do álcool usado na produção das bebidas e quem seriam os compradores do produto ilegal.
Fábrica clandestina – A operação que revelou o esquema teve início no dia 6 deste mês, quando o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), em parceria com a Decon, flagrou a produção ilegal na Indústria e Comércio de Bebidas Terenos EIRELI, na zona rural do município. O proprietário foi preso em flagrante.
A fábrica funcionava com setores de limpeza, envase e armazenamento, mas sem qualquer autorização desde 2023, além de já ter sido interditada anteriormente pelo Mapa. Mesmo assim, a produção seguia em ritmo acelerado. Garrafas recicladas de diferentes marcas eram lavadas apenas com detergente comum e reutilizadas para envase de vodka, gin, vinho e coquetéis alcoólicos, sem condições mínimas de higiene.
Fiscais encontraram no galpão garrafas de variados formatos embaladas juntas, o que evidencia o reaproveitamento irregular. Também foram recolhidos rótulos falsificados da marca Shirlof, tampas plásticas, ácidos e outros compostos usados para alterar sabor e aparência das bebidas. O local tinha até oito garrafas prontas para consumo sobre a esteira de embalagem no momento da vistoria.
O Mapa informou que o registro de funcionamento da fábrica foi definitivamente cancelado em 2024. Desde então, qualquer operação no endereço é ilegal. Vídeos obtidos pela reportagem mostram o processo de produção — da lavagem das garrafas ao envase – sendo realizado com total improviso, sem controle sanitário.
Segundo os fiscais, a equipe da fábrica aguardava a chegada de mais álcool para continuar a produção quando a fiscalização chegou. A rotina era descrita como industrial: lavar, encher e embalar rapidamente os frascos, que seriam vendidos como bebidas regulares no mercado.
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