Tempestade Cláudia deixa dois mortos e mais de 20 mil sem energia elétrica em Portugal; vídeos

por Assessoria de Imprensa


A tempestade Cláudia provocou um dia de caos em várias regiões de Portugal, com chuva intensa, rajadas de vento e fortes ondas no mar. Entre a madrugada e o fim da tarde desta quinta-feira, autoridades contabilizaram ao menos duas mortes, um ferido e mais de 1,8 mil ocorrências relacionadas ao mau tempo. A Península de Setúbal, onde houve as ocorrências mais graves, concentrou quase 500 chamados de emergência.

O episódio mais trágico ocorreu em Fernão Ferro, em Seixal, onde um casal de idosos, ambos de 88 anos, morreu afogado dentro de casa após a casa onde estavam ser rapidamente inundada. Segundo familiares, as vítimas dormiam quando a água tomou a residência. Bombeiros arrombaram portas e janelas, mas encontraram o casal já sem vida. Eles tinham um botão de pânico para emergências, mas o sistema não chegou a ser acionado.

A chuva forte e os ventos atingiram simultaneamente vários municípios dos distritos de Setúbal, Lisboa, Santarém e outras regiões do sul do país. Em Seixal e Montijo, moradores disseram não lembrar de uma tempestade semelhante. Ruas ficaram submersas, estabelecimentos comerciais foram invadidos pela água e dezenas de veículos ficaram presos em vias alagadas, como na Estrada Nacional 378, entre Seixal e Sesimbra, onde até bombeiros ficaram presos dentro de uma ambulância.

Em Montijo, comerciantes passaram as primeiras horas da manhã contabilizando prejuízos e fazendo trabalho de limpeza. Só em uma rua, um café, um salão de estética e uma escola de dança tiveram o interior tomado pela água. O mau tempo levou ainda ao fechamento temporário de escolas na região, como medida de precaução.

Ao longo do dia, a fornecedora de energia elétrica E-REDES chegou a registar 20 mil clientes sem energia no início da manhã, sobretudo nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal. A reposição ocorreu de forma gradual e, já no começo da noite desta quinta, o número de consumidores sem eletricidade havia caído para menos de 300.

Os ventos extremos também deixaram marcas no interior do país. Em Nisa, no distrito de Portalegre, um fenômeno de grande intensidade — descrito localmente como um tornado — destelhou ao menos dez casas na aldeia de Falagueira. Apesar dos danos, não houve desalojados, graças ao abrigo oferecido por familiares e vizinhos. Em Serpa, em Alentejo, a queda de uma árvore sobre um caminhão deixou um ferido leve.

A região litorânea também registou problemas. As fortes ondas obrigaram ao fechamento de 16 regiões marítimas entre o Norte e o Algarve. Em Algarve, a tempestade alagou o parque subterrâneo de um centro comercial em Faro e provocou inundações próximas ao hospital da cidade.

No total, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), foram registadas 1.111 inundações, 311 quedas de árvores, 190 limpezas de via, 130 quedas de estruturas e 121 movimentos de massa entre quarta-feira e o fim da tarde de quinta. Houve também cinco salvamentos terrestres e seis aquáticos. Somente três municípios — Abrantes, Pombal e Silves — somaram quatro desalojados e outras duas pessoas tiveram de ser retirados temporariamente de suas casas.

As autoridades mantêm avisos de risco em parte do país, com alerta para chuva persistente, ventos que podem superar 100 km/h nas áreas montanhosas e mar agitado até o final desta semana. A Proteção Civil reforçou recomendações para que a população evite áreas arborizadas, circulação por zonas alagadas, atividades marítimas e “deslocamentos desnecessários” durante os períodos de maior instabilidade.

Com o avanço da depressão Cláudia sobre o território continental e a ilha da Madeira, o país continua em estado de atenção. As equipes de emergência permanecem mobilizadas e alertam que as condições meteorológicas ainda podem agravar transtornos já registados desde o início da semana.



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