Belém — No quarto dia da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP30), os temas de destaque, nesta quinta-feira (13/11), são saúde, empregos, educação, cultura, Justiça e direitos humanos, com a mensagem da necessidade de se adaptar a um clima em transformação significa proteger vidas, fortalecer os sistemas de saúde e reduzir as desigualdades, segundo os organizadores.
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Após a tentativa de invasão na noite de segunda-feira (10), a segurança na entrada da Zona Azul, que tem os pavilhões dos países e estantes de empresas e entidades da sociedade civil, foi reforçada, com integrantes das Forças Armadas.
Os debates desta quinta-feira reúnem líderes, especialistas e representantes da sociedade civil para promover soluções que conectem desenvolvimento humano, conhecimento e justiça, garantindo que ninguém seja deixado para trás. Um dos primeiros eventos do dia foi a adoção do Plano de Ação de Belém para a Saúde (BHAP), na construção de sistemas de saúde resilientes ao clima. Liderado pelo Brasil, o plano une países em torno de um objetivo comum: fortalecer a vigilância, ampliar capacidades locais e fomentar a inovação para proteger comunidades contra riscos climáticos à saúde.
A educação tem destaque com a mesa-redonda ministerial sobre Educação Verde, coorganizada pelo Brasil e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apresentando como escolas e professores estão preparando as sociedades para viver e prosperar em um mundo mais quente. O evento destaca o trabalho da parceria e apresenta boas práticas e soluções inovadoras em diferentes níveis, incluindo currículos e avaliações para aprimorar a alfabetização climática, segundo os organizadores.
Em paralelo, o financiamento surge como um elemento essencial para impulsionar a adaptação em ambos os setores. O chamado para que bancos multilaterais de desenvolvimento, fundos climáticos e parceiros alinhem seus investimentos a sistemas de saúde e educação resilientes ao clima reforça a necessidade de ações contínuas e inclusivas.
Coalizão para o clima e saúde
A Nova Coalizão de Financiadores para o Clima e a Saúde, com mais de 35 organizações filantrópicas, anunciou US$ 300 milhões para impulsionar soluções práticas e apoiar o Plano de Ação em Saúde de Belém. De acordo com dados da entidade, as mudanças climáticas estão impulsionando uma crise crescente de saúde pública, colocando, pelo menos, 3,3 bilhões de pessoas em risco em todo o mundo, particularmente em países de baixa e média renda”.
A Coalizão reúne financiadores institucionais e individuais que atuam em níveis internacional, nacional e regional para melhorar a saúde e salvar vidas, como Children’s Investment Fund Foundation, Gates Foundation, Ikea Foundation, Quadrature Climate Foundation, The Rockefeller Foundation, Philanthropy Asia Alliance (por meio do Temasek Trust) e Wellcome Trust.
Entre os eventos na parte da manhã, destacaram-se o “Diálogo entre Magistrados sobre o Judiciário e a Justiça Climática”, “Juízes e Clima: Perspectivas do Sistema da ONU, Academia, Instituições Financeiras Multilaterais e ONGs Ambientais” e “Encerramento e Lançamento do Processo da Declaração de Belém dos Juízes sobre Mudança do Clima”, que reuniu integrantes da Justiça e magistrados de vários países.
Os organizadores continuam sem definir a sede da próxima COP, em 2026, pois a disputa segue entre Turquia e Austrália. Enquanto isso, a sede da COP32, de 2027, já tem local definido, a Etiópia.
Em paralelo, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou de um debate do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal sobre mulheres, clima e poder. Além disso, a ISO e o GHG Protocol identificaram áreas prioritárias para a cooperação internacional a fim de aprimorar a comparabilidade e interoperabilidade dos sistemas de contabilidade de carbono.
As discussões no âmbito do Plano para Acelerar Soluções (PAS) definiram os próximos passos para desenvolver uma linguagem comum sobre contabilidade de carbono e fortalecer abordagens inclusivas e baseadas em ciência, por meio da colaboração entre governos, setor privado e entidades de padronização.
Em paralelo, na Casa do Seguro debate durante a tarde de hoje a descarbonização no setor automotivo e do sinistro à sustentabilidade no Fórum da Indústria Automotiva e Seguros na COP30, organizado pela Conferência Nacional das Seguradoras (CNSeg) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Ministra Cármen Lúcia é tietada na COP
(foto: Rosana Hessel/CB/DA.Press)
Um dos últimos eventos previstos para o dia nas plenárias da Zona Azul da COP30 é o diálogo climático de Belém com povos indígenas, organizado pela presidência da COP30 e pela secretaria-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
*A jornalista viajou a convite da CNSeg

