população se divide sobre quem é responsável por segurança pública

por Assessoria de Imprensa


A população brasileira se divide sobre qual esfera do poder público é responsável pela segurança pública, reforçam dados da pesquisa “A Cara da Democracia”, realizada por um consórcio de pesquisadores da UFMG, Unicamp, UnB, Uerj e Enap. Ao serem questionados sobre o tema, 25% disseram que a pauta é uma atribuição dos governos estaduais, 24,5% responderam ser competência do governo federal e 20,4% citaram as prefeituras.

Além disso, 11,6% disseram que cada pessoa deveria cuidar de sua própria segurança, enquanto 6,5% defenderam que empresas privadas deveriam assumir a área. Outros 5,7% afirmaram se tratar de um tema que é atribuição conjunta de todos os entes citados, enquanto menos de 1% disseram que não deveria ser de nenhum deles.

Dados da pesquisa "A Cara da Democracia" mostram que brasileiros se dividem ao serem perguntados sobre a responsabilidade sobre a segurança pública — Foto: Editoria de Arte
Dados da pesquisa “A Cara da Democracia” mostram que brasileiros se dividem ao serem perguntados sobre a responsabilidade sobre a segurança pública — Foto: Editoria de Arte

O levantamento também testou a percepção geral de segurança da população: 43% se disseram muitos seguros em sua vizinhança, 32% pouco seguros, 14% um pouco inseguros e 10,3% inseguros. Perguntados se presenciaram algum crime nos últimos 12 meses, 15% relataram ter sido vítimas, contra 84% que disseram o contrário.

A pesquisa ouviu 2.510 eleitores presencialmente em todo o país entre 17 e 26 de outubro — e não captou, portanto, o impacto da megaoperação no dia 28 de outubro que deixou 121 mortos no Rio. A ação policial mobilizou o governo federal, que enviou ao Congresso uma proposta com novas diretrizes para o combate ao crime organizado. A relatoria do texto na Câmara, no entanto, foi assumida por Guilherme Derrite (PP-SP), deputado federal e secretário de Segurança Pública de São Paulo licenciado. A indicação provocou reclamações dentro do Planalto e da base, que se manifestaram contra mudanças feitas pelo relator no texto original apresentado pelo governo.

A discussão, no entanto, tem potencial para gerar maior aproximação dos eleitores com a direita, explica Lúcio Reno, professor da UnB e um dos pesquisadores responsáveis pela elaboração da pesquisa.

— Historicamente, a segurança pública é uma agenda favorável à direita e à extrema direita, que têm uma abordagem mais “linha dura”. Na América Latina, e no Brasil em particular, esse discurso tem maior adesão porque essa é uma questão marcada por um viés punitivista: a população tende a apoiar medidas de combate ao crime como a redução da maioridade penal, defendida por 64,5% dos entrevistados, e outras maneiras de endurecimento das penas — explica.



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