Cidades precisam estar preparadas para eventos climáticos

por Assessoria de Imprensa


Belém — As mudanças climáticas estão afetando a frequência de eventos climáticos nas cidades, afetando a vida da população e, consequentemente, o mercado de seguros, de acordo com especialistas que participaram de um debate sobre cidades resilientes e planejamento urbano para um clima imprevisível, na Casa do Seguro, em paralelo à 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP30), em Belém, na manhã desta quarta-feira (12/11).

“Nossas cidades foram adaptadas para o clima do passado e não para o clima do futuro”, alertou Lena Fuldaer, líder de Sustentabilidade Global e Soluções Resilientes da Allianz. Com base em dados da ONU, ela lembrou que, até 2050, 70% das pessoas devem viver nas áreas urbanas. “O clima dessas cidades não são desenhadas para as mudanças climáticas e precisamos construir cidades para se adaptarem a isso”, explicou, durante evento na Casa do Seguro em Belém.

Ela citou exemplos como Cingapura, Roterdã, nos Países Baixos, e Medellín, na Colômbia, que possuem espaços verdes que ajudam na proteção para enchentes e no resfriamento local. “Essas cidades mostram três princípios: soluções com benefícios para a população local, design para extremos, não médias, e integração com o conhecimento das comunidades, que são fundamentais para adaptação e integração”, afirmou.

David White, diretor da Coalizão para Infraestrutura Resiliente a Desastres (CDRI), destacou que a boa notícia é que todos acabam investindo agora em resiliência contra enchentes. “Essa é a oportunidade”, alertou.

Especialistas lembraram que, nas últimas décadas, os estudos recentes mostram que a ocorrência desses eventos climáticos aumentou 200% nas últimas décadas. No caso das enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, os prejuízos somaram R$ 100 bilhões, mas apenas R$ 6 bilhões desse montante estavam cobertos com alguma apólice,ou seja, havia uma lacuna de proteção de 94%, conforme dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

“Houve aumento de mais de 20% ao ano de sinistros por conta de alagamentos, afetando a nossa frota, que lá atrás, uma grande enchente no mercado de seguro, demorava para acontecer. Agora, a gente percebe que os eventos climáticos são mais frequentes”, afirmou Fabio Morita, diretor e executivo de Auto, Massificados e Vida da Allianz, em referência à base de veículos segurados pela empresa alemã, de 2,5 milhões.

“Acreditamos que a indústria de seguros tem um grande papel de reduzir riscos com sustentabilidade e resiliência”, afirmou. Segundo ele, as seguradoras estão tendo que se adaptar a riscos seguráveis, na linha da mitigação da pegada de carbono, ampliando o leque e coberturas, tanto que houve aumento de 34% do uso de bicicletas nas capitais desde 2020. “Hoje, há novas formas de mobilidade e as redes e oficinas preparadas para a assistência a carros elétricos e guincho 24 horas preparado para a pane elétrica, que está substituindo a pane seca, e, assim, levar o veículo até o ponto de recarga mais próximo”, explicou.

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*A jornalista viajou a convite da CNSeg


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