Exportadores brasileiros de café esperam queda da tarifa de importação americana para ao menos 10%

por Assessoria de Imprensa


A expectativa dos exportadores brasileiros é que a tarifa de importação do café pelos Estados Unidos seja reduzida de 50% para 10% ou até zerada. Embora o presidente Donald Trump não tenha mencionado o Brasil, em entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News, ao afirmar que reduzirá “algumas tarifas” sobre o café, o corte da taxa aplicada ao produto brasileiro é o principal ponto levado à mesa pelos quatro maiores torrefadores americanos em reuniões recentes com Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, e Howard Lutnick, secretário do Comércio, segundo o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe), Márcio Ferreira.

Ferreira afirma que as exportações para os EUA caíram 50% desde a elevação das tarifas e que já há cafés nas prateleiras americanas com blends que não incluem o produto brasileiro.

O Brasil sempre foi o produtor mais competitivo, mas com tarifas de 50% a exportação fica inviável. O que estamos embarcando hoje são contratos antigos. Já começam a chegar ao mercado americano cafés cujos blends não incluem o grão brasileiro — e isso pode ser um problema no futuro, pois muda o paladar do consumidor. Mesmo que as tarifas caiam depois, pode ser difícil recuperar a fatia tradicional de mercado se isso acontecer — explica Ferreira, acrescentando que também é esperada a queda da taxação para os cafés soluveis cujo maior importador são os EUA.

Caso a tarifa caia para 10%, o Brasil se equipararia à Colômbia, seu principal concorrente no segmento de arábica. Ainda assim, ficaria em desvantagem em relação ao Vietnã, que exporta o conilon com tarifa zero. O café está hoje na seção 3 da ordem executiva de Trump, que abrange recursos naturais não produzidos pelos EUA. O objetivo, diz Ferreira, é transferi-lo para a seção 2, dos itens com tarifa zero. O Cecafe também tem intermediado conversas entre os torrefadores americanos e a embaixada brasileira em Washington. Nesta terça-feira, a entidade enviou ofícios ao presidente Lula e ao vice-presidente Geraldo Alckmin informando sobre as negociações conduzidas pelos importadores com o governo Trump.

—O interesse do governo brasileiro é negociar um pacote mais amplo, e não apenas o café. Mas não podemos perder essa janela de oportunidade. A próxima safra global deve ser melhor, o que facilitará a substituição do café brasileiro por outros. Isso torna ainda mais urgente o avanço dessa negociação — alerta Ferreira.

A possível redução da tarifa sobre o café, se confirmada, está longe de resolver os entraves no comércio entre Brasil e Estados Unidos. Um dos principais nós continua sendo o dos produtos intermediários. Os bens semielaborados que representam uma parcela expressiva das exportações brasileiras ao mercado americano e têm redirecionamento ainda mais complexo que o do café.



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