Futebol, sem ser verde, contribui para próprio finamento – 11/11/2025 – O Mundo É uma Bola

por Assessoria de Imprensa


Estamos no começo da COP30, a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, realizada em Belém, evento em que autoridades públicas e privadas empreendem debates e buscam soluções para a crise climática no planeta causada pelas ações humanas.

O Brasil, por ser sede, é protagonista na COP, mas dá péssimo exemplo quando o assunto é futebol. O que se vê no país aproxima-se da inação.

O esporte mais popular do mundo tem papel relevante nas emissões de carbono e deveria ser tratado como prioridade, principalmente pelas lideranças governamentais. Não é. E, pelo visto, não será.

Não estavam previstos na programação da conferência no Pará painéis organizados pelo poder público para que fossem debatidos temas relacionados ao esporte de maneira a criar um programa de contenção aos estragos que ele proporciona ao ambiente.

Na agenda, há a apresentação da campanha global Adapt2Win (“adaptar para vencer”), que almeja destacar a importância de medidas de adaptação para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, com a participação de Tamires, lateral do Corinthians.

Atletas estão à frente desse movimento. Aliás, um ex-jogador, Raí (ídolo do São Paulo), direcionou-se ao Pará para dar sua palavra em prol do engajamento ambiental.

Entidade de direito privado, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) marcará presença, porém não especificou o que seria apresentado. O presidente Samir Xaud falou em “levar a força de mobilização do futebol brasileiro” à conferência. Vago.

O futebol no Brasil, país de dimensão continental, merece atenção especial porque é muito poluente. Não sendo verde, age para o próprio finamento, já que depende de condições climáticas adequadas para sua boa prática.

O maior dano nas emissões de CO₂ (dióxido de carbono) é provocado pelo transporte (aéreo e rodoviário) das equipes nas viagens, estaduais e interestaduais. Queimam-se incontáveis litros de combustível nesse processo.

Consumo de energia nos estádios, resíduos sólidos/lixo (especialmente de materiais plásticos) que se acumulam nos jogos, alto consumo de água (para irrigação e conservação dos gramados) e produção desenfreada de materiais esportivos para comercialização (recorrendo-se a cadeias, têxtil e petroquímica, nocivas) contribuem para os malefícios ao ambiente.

A realização de campeonatos de grande porte –o Brasil organizará a Copa do Mundo de futebol feminino em 2027– é outro componente agressor, por envolver os itens citados em quantidades elevadas e às vezes em período curto, de um mês.

O futebol exige tudo isso? Parece que sim, ou se inviabiliza. Assim sendo, e como não é desejável acabar com o futebol, o que fazer? Agir para estabelecer mitigações e compensações. Quais são elas para toda essa agressão ao planeta?

No Brasil, ações isoladas até existem, de determinadas entidades, com programas de gestão de resíduos, reciclagem e adoção de energias renováveis. São, contudo, exceções.

Em 2021, a Fifa criou um programa para orientar o futebol mundial na redução das emissões de gases de efeito estufa e na adaptação aos impactos das mudanças climáticas. O Brasil, na figura da CBF, não é signatário.

Reforço que há muito pouco na COP direcionado a “futebol e meio ambiente“. A conferir se as partes envolvidas nessa minguada exposição conseguirão apresentar algo que vá além da teoria.

Ideias surgem, porém sem efeito prático. Isso em quase tudo (o ser humano é bom em propor/debater, porém falha e/ou procrastina ao executar), mas, como o tema é a sobrevivência da Terra, o Brasil precisa com urgência de um plano nacional de sustentabilidade no futebol. E, tendo-o, realizá-lo.


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