Pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira aponta que a quase totalidade (94%) dos brasileiros já percebe pelo menos uma mudança no clima. O levantamento é divulgado um dia depois da abertura da 30ª Conferência das Partes (COP30), principal fórum de deliberação sobre a agenda climática global, no Brasil.
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As mudanças mais sentidas são as ondas de calor mais intensas (69%), secas mais prolongadas (42%), mudança no padrão das estações do ano (35%), geadas ou ondas de frio mais intensas que o normal (34%), incêndios florestais mais intensos (32%), mesmo índice dos que percebem chuvas mais intensas.
Na avaliação da maior parte dos brasileiros (84%), o setor produtivo é o responsável pelas mudanças climáticas sentidas. Nesse grupo, estão, por exemplo, indústria, agronegócio, mineração, transportes, produção de energia não renovável, construção civil, entre outros.
Além disso, 38% responsabilizam a sociedade de consumo, 29% apontam que a culpa é do governo/poder público e 6% diz que não é de nenhum deles ou que não há mudanças climáticas.
— Líderes do mundo todo estão em Belém para negociar soluções para as mudanças do clima, e no caso do Brasil, esta pesquisa traz dados de qualidade mostrando que os brasileiros podem ser grandes aliados nessa agenda. Eles já sentem os efeitos, reconhecem as causas e demonstram preocupação — afirmou Marina Siqueira, doutora em Ciência Política e diretora de Sustentabilidade da Quaest.
A pesquisa, que marca o lançamento de um novo indicador pela Quaest, chamado Índice de Percepção de Mudanças no Clima (IPMClima), foi realizada entre os dias 3 e 16 de julho e ouviu dois mil brasileiros de 16 anos ou mais de forma remota, através de questionários estruturados. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o intervalo de confiança de 95%.

