Segundo dia COP30 começa com foco em transformar ambição em ação

por Assessoria de Imprensa


Belém – O segundo dia de reuniões da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, mantém o foco, nesta terça-feira (11/11) em transformar ambição e implementação, especialmente nas cidades, de acordo com informações dos organizadores.

Na Zona Azul, onde ficam os pavilhões dos países, centro de mídia e representantes de empresas e de organizações não governamentais, as estruturas seguiam sendo ajustadas por funcionários, que somente hoje começaram a colocar nos corredores os mapas informativos das salas de reuniões e palestras. Um dos pavilhões nessa área restrita para os palestrantes e organizadores que mais tem chamado a atenção é o da Malásia, com uma dançarina apresentando a dança típica do país asiático que é filmada pelas pessoas que param para assistir a performance.

Mukhtar Babayev, presidente da COP29, em seu discurso de abertura dos trabalhos de hoje, admitiu que a conferência de Baku, no Azerbaijão, também encarou desafios como na COP30, na meta financeira de US$ 1,3 trilhão como o plano de financiamento contra mudanças climáticas.

“Agora precisamos clamar pelo espírito de Kyoto e Paris para conseguir o consenso para novos acordos para colaborar para o desenvolvimento do Sul Global”, afirmou na cerimônia de abertura em que transferiu oficialmente a presidência da agenda para o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, até o início da próxima COP, em 2026.

Segundo ele, o financiamento é a espinha dorsal para o financiamento climático esperado em Baku no “mapa do caminho” para Belém. “Agora é hora de colocar o pacto em ação e mostrar que esta nova COP não será em vão”, afirmou. “US$ 1,3 trilhão é possível. É preciso ter vontade política e ação global”, acrescentou Babayev.

A agenda do dia tem destaques como a Reunião Ministerial de Alto Nível sobre Governança Multinível e o evento de alto nível Beat the Heat Global Mutirão, que buscam transmitir uma mensagem de que a ação climática começa no nível local.

A abertura da Agenda de Ação Climática Global (GCA Agenda Opening Event), estabelecendo o tom para duas semanas orientadas a resultados em Belém, deverá ser apresentada no fim do dia. Também segue a indefinição sobre a sede da próxima COP, que está sendo disputada por Austrália e Turquia.

O lançamento do Plano para Acelerar a Governança Multinível e a operacionalização da Coalizão por Parcerias Multiníveis de Alta Ambição (Champ) reforçam essa realidade, incorporando a liderança local aos marcos globais, com as pessoas no centro, segundo os organizadores.

“De edificações resilientes a sistemas de alerta precoce, governos locais e subnacionais estão transformando ambição em lares mais seguros, água mais limpa e economias mais fortes — promovendo ação concreta e fortalecendo a resiliência onde ela é mais necessária”, destacou o briefing da organização divulgado na manhã de hoje.

Conforme dados do Portal Nazca, o número de atores individuais envolvidos em ações climáticas, mais que dobrou, em 2025, passando de cerca de 18 mil, em 2020, para mais de 43 mil, neste ano. Um aumento significativo no número de iniciativas climáticas integradas (ICI) registradas foi observado no mesmo período, de 149 para 243, “demonstrando um crescente engajamento e colaboração em ações climáticas”, de acordo com dados fornecidos pela ONU.

O Anuário de 2025 divulgado nesta terça-feira (11/11) apresenta o progresso em um conjunto de indicadores socioeconômicos globais e indicadores de autodeclaração em nível de iniciativa, propostos para acompanhar os avanços futuros.

“Esses indicadores visam aumentar a implementação, ao mesmo tempo que aprimoram a transparência e a comparabilidade ao longo dos anos”, acrescentou o documento, destacando seis temas: (i) energia, indústria e transporte; (ii) florestas, oceanos e biodiversidade; (iii) agricultura e sistemas alimentares; (iv) resiliência para cidades, infraestrutura e água; (v) desenvolvimento humano e social; e (vi) facilitadores e aceleradores transversais, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação.

Está previsto, hoje, o lançamento do Programa de Investimento em Água da América Latina e Caribe (LAC-IP), conduzido por um Painel de Alto Nível de Chefes de Estado e Líderes, com o objetivo de mobilizar US$ 20 bilhões em investimentos resilientes ao clima até 203 e a 4ª Reunião Ministerial sobre Urbanização e Mudanças Climáticas, organizada pelo Ministério das Cidades do Brasil e pelo ONU-Habitat, que reúne ministros, prefeitos e líderes comunitários para celebrar avanços e traçar a próxima fase da ação climática, colocando cidades e regiões no centro da implementação da nova geração de planos nacionais de clima (NDCs 3.0) e do Acordo de Paris.

Um dos eventos do dia é um debate considerado central para o avanço da transição energética mundial. O encontro tem como objetivo discutir como acelerar, até 2030, o compromisso firmado no Consenso de Dubai de triplicar a capacidade de energia limpa no mundo e dobrar o ritmo de eficiência energética, metas essenciais para manter o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris.

Organizado em parceria com a Global Renewables Alliance (GRA) e a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), o evento reunirá governos, especialistas e instituições que acompanham diretamente o ritmo global da transição energética.

E, em paralelo à COP 30, na Casa do Seguro, organizada pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), os debates seguem em torno da transição climática e o papel da tecnologia verde e dos seguros como aliado para a conservação da biodiversidade e da proteção das pessoas, e estudo de casos, como o do papel do seguro para acelerar o financiamento climático da cidade de Londres, que será apresentado pelo diretor de Política e Inovação da capital britânica Simi Shah.

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*A jornalista viajou a convite da CNSeg


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