Mais de 20 expositoras participam da feira que nasceu da vontade de apoiar umas às outras
A cada nova transferência, uma nova vida. Para muitas esposas de militares, mudar de cidade de tempos em tempos significa começar do zero, sem amigos, sem emprego e, às vezes, até sem saber onde matricular os filhos na escola. Foi dessa rotina de recomeços que nasceu o Bazar das Esposas de Militares de Campo Grande, que chegou à quarta edição nesta sexta-feira (7), na Vila Sobrinho.
O Bazar das Esposas de Militares de Campo Grande, que realizou sua quarta edição na Vila Sobrinho, surgiu como uma iniciativa para apoiar mulheres que enfrentam constantes mudanças devido às transferências de seus maridos militares. O evento reúne cerca de 25 expositoras que comercializam diversos produtos, desde artesanato até comidas caseiras. A iniciativa nasceu de um grupo de WhatsApp criado para auxiliar esposas recém-chegadas à cidade e hoje conta com mais de 500 participantes. Além de ser um espaço comercial, o bazar tornou-se um importante ponto de encontro e rede de apoio para mulheres que precisam reconstruir suas vidas a cada nova transferência militar.
Além de uma feira para venda de produtos, o evento é um ponto de encontro entre mulheres que vivem o mesmo desafio, de reconstruir laços e encontrar um novo propósito em cada cidade por onde passam.
“O intuito é promover as mulheres, fazer elas se unirem e uma apoiar a outra. Nossos maridos chegam com destino certo, mas a gente não. Temos que recomeçar do zero a cada mudança”, explica Elisângela Brites, uma das organizadoras, que vive em Campo Grande há 13 anos.
A iniciativa começou em agosto deste ano, na antevéspera do Dia dos Pais, e deu tão certo que virou um evento mensal. O bazar reúne cerca de 25 expositoras, com produtos que vão de artesanato em madeira e crochê a cosméticos, semijoias e comidas caseiras.
Tudo é feito de forma colaborativa, sem fins lucrativos. “A gente não tem o intuito de ganhar dinheiro com o evento. Só cobramos uma pequena taxa para ajudar na limpeza do espaço. A ideia é que todo mundo cresça junto”, conta Elisângela.
Rose Trece, que também faz parte da organização, conta que chegou à Capital em 2020, e lembra que o projeto nasceu de um grupo de WhatsApp criado por ela para reunir esposas recém-chegadas.

“Quando cheguei, meu filho tinha sete meses e eu não conhecia ninguém. Criei o grupo para trocar dicas e pedir ajuda. Hoje já somos mais de 500 esposas de militares, não só do Exército, mas também da Aeronáutica e da Polícia Militar”, relata.
No grupo, circulam desde indicações de colégios e clínicas até dicas de pizzarias e mercados. Mas, acima de tudo, o espaço virou uma rede de apoio emocional
“É difícil. Muitas vendem tudo, mudam de cidade e recomeçam. Eu mesma já passei por Juiz de Fora, Porto Velho, Belém do Pará e Rio de Janeiro. Quando chega, a gente acha que não vai se adaptar, mas depois cria raízes, e na hora de ir embora, é aquele chororô”, comenta Rose.
O bazar reflete também exatamente o espírito de pertencimento. Em cada barraca, há uma história de recomeço. Tem quem aprendeu a bordar depois de se mudar, quem começou a fazer doces para complementar a renda e quem encontrou nas feiras o primeiro passo para abrir o próprio negócio.
“A gente quer mostrar o trabalho dessas mulheres e dar visibilidade para o talento delas. Tem peças de crochê tão perfeitas que dá até dó de usar. É arte feita à mão, com amor e dedicação”, destaca Elisângela.
Com produtos a partir de R$ 3,50, o evento é aberto ao público e promete atrair famílias inteiras. “Cada edição vem crescendo mais. A gente se ajuda, divulga, troca experiências. É um espaço de amizade, de força e de muito carinho”, completa Rose.
A feira das esposas de militares acontece uma vez por mês na área de lazer dos sargentos e sargentos temporários , na Rua Fernando de Noronha, em frente ao número 371, na Vila Sobrinho. A programação é divulgada mensalmente no Instagram.
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