O momento em que o tornado passou por Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, foi registrado por satélites. As imagens foram divulgadas na manhã deste sábado pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). O fenômeno deixou um rastro de destruição com ventos acima de 250km/h. A estimativa é que 10 mil pessoas tenham sido afetadas na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, segundo a Defesa Civil.
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Ao menos cinco pessoas morreram e 432 ficaram feridas, dos quais nove com ferimentos graves.
Até a noite de sexta-feira, o Simepar classificava o tornado como F2, quando os ventos ficam entre 180km/h e 250km/h. O órgão, no entanto, já afirmava existirem indícios de que a velocidade teria ultrapassado essa velocidade em algumas localidades. Quando atingem 253km/h, os ventos elevam a categoria do tornado para F3, de risco “severo”.
— O Simepar ainda está em estudo, mas nos últimos 30, 40 anos, não se tinha visto um tornado com essa força: um tornado nível 3, com ventos acima de 250km/h. É difícil que alguma casa ou prédio comercial fique de pé. Vimos silos gigantescos e postos de gasolina indo ao chão. Então, foi uma catástrofe sem muitos precedentes na história do Paraná. Agora, cabe a nós nos solidarizar com as famílias e preparar uma força-tarefa para a reconstrução — disse o governador Ratinho Jr.
A ventania provocada pelo tornado causou tombamentos de veículos, quedas de árvores inteiras e de casas de alvenaria. Dados colhidos pelos meteorologistas e imagens de radar meteorológico basearam a classificação do tornado.
O último boletim divulgado pelo governo do Paraná indica que cinco pessoas morreram por conta do fenômeno, sendo que um dos óbitos aconteceu em Guarapuava. Duas pessoas estão desparecidas. Na região, os serviços de saúde atenderam 432 pessoas. Desse total, nove tiveram ferimentos graves, com algumas precisando passar por cirurgia.
O governador Ratinho Jr. disse que pode “decretar calamidade pública”. A decisão daria velocidade ao atendimento à população neste momento. A declaração foi feita na manhã deste sábado.
— Se for o caso, ainda hoje, eu vou decretar calamidade pública, porque isso nos ajuda a ter mais velocidade, inclusive na reconstrução das cidades, com equipes de maquinário, óleo dísel para abastecer os maquinários das prefeituras da região, e até mesmo para a reconstrução das casas. Ontem à noite mesmo já fiz uma reunião com o diretor e presidente da Cohapar, nossa companhia de habitação, para começar a estudar uma estratégia para construção de casas — disse Ratinho Jr., nesta manhã.
O governador falou sobre a destruição das casas, em especial na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, onde Defesa Civil estadual estimativa que 10 mil pessoas tenham sido afetadas na cidade.
— Em Rio Bonito do Iguaçu, praticamente, as pessoas hoje não tendo onde dormir mais. Nós estamos preparando, desde ontem à noite, alojamentos. Algumas pessoas não querem sair de casa, preocupadas com seus pertences, e, agora, todo esse amparo para dar tranquilidade para as famílias que foram atingidas, acima de tudo, já preparar o início da reconstrução das cidades — disse Ratinho Jr.

