A semana não tem sido fácil para o coração de quem frequenta bares e botecos tradicionais da cidade. Fregueses e amigos se despediram de Mamede, no mesmo dia o músico Stanley, e agora de Dona Rosa, que sempre esteve no balcão da Conveniência Yamazaki, ponto tradicional da Vila Carvalho.
Yoshie Yamazaki, carinhosamente conhecida como Dona Rosa, faleceu aos 82 anos, deixando um legado de quatro décadas à frente da Conveniência Yamazaki, na Vila Carvalho, em Campo Grande. Filha de imigrantes japoneses, ela transformou seu estabelecimento em um ponto de encontro e acolhimento para gerações. Mesmo após se aposentar e mudar-se para uma chácara em Aquidauana, manteve seu espírito hospitaleiro. O negócio, hoje administrado pela neta Letícia Viana Yamazaki, continua preservando a essência acolhedora estabelecida por Dona Rosa, que deixou cinco filhos, nove netos e quatro bisnetos.
O sorriso de Rosa foi a coisa que mais se viu durante quatro décadas. Yoshie Yamazaki, conhecida por todos como Dona Rosa, faleceu aos 82 anos, deixando cinco filhos, nove netos, quatro bisnetos e um legado que vai muito além das paredes do bar que leva seu nome.
Filha de imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil de navio, ela nasceu em Anhanduí e fez da simplicidade sua marca. Em Campo Grande, em setembro de 1984, ela ergueu o espaço que se tornaria ponto de encontro e palco de amizade para gerações da cidade. Em março deste ano, o Lado B contou a história do bar que virou ponto de encontro na Vila Carvalho.
“Não tem como deixar de falar que o maior legado dela foi a mercearia. Ali ela fez muitos amigos, vizinhos e colegas. Era muito conhecida pelo coração bom, pela generosidade, pela simpatia. Sempre disposta a ajudar, sempre receptiva”, comenta a neta, Letícia Viana Yamazaki, que hoje administra o bar fundado pela avó.
Dona Rosa tinha a rara habilidade de transformar qualquer encontro em laço. Na Conveniência, fez um ponto de histórias e acolhimento, do tipo em que o cliente vira amigo e a amizade vira família. E, mesmo depois que se aposentou e foi morar em uma chácara em Aquidauana, o instinto de anfitriã continuou o mesmo.
“Ela amava receber o pessoal da mercearia, os amigos, a família na chácara. Gostava de cozinhar, de estar cercada de gente. Fazia questão de preparar o almoço e ver todo mundo reunido”, lembra a neta.
Nas lembranças, Letícia guarda cheiros e sabores que compartilhou com a avó, além dos dias na mercearia, do vai e vem de clientes e das pescarias. “Desde pequena, ela me levava para pescar. Amava os bichinhos, sempre foi muito carinhosa”, conta.
Entre tantas memórias, Letícia cita as tradições que ficaram marcadas, como o almoço japonês do primeiro dia do ano, com sushi, nishime e o pastel famoso que todos amavam. “Os conselhos, as conversas. Isso vai me fazer muita falta”, afirma.
A neta destaca que, mesmo com a saúde já fragilizada, Dona Rosa nunca perdeu a ternura. Continuava fazendo crochê, uma de suas paixões, e mantinha novas amizades na chácara. “Na última semana, ela fez um tapete para mim, que vou guardar para sempre como recordação”, conta.
No velório, a despedida teve a delicadeza que Dona Rosa merecia. “Minha filha colocou um buquê com uma cartinha para ela. Apesar de ser bisavó, minha filha a chamava de vó e as duas eram muito próximas”, conta.
Agora, o Bar da Dona Rosa segue de portas abertas, com a neta no comando, mantendo viva a essência que a avó construiu com tanto amor. Em meio à saudade, para a família, os amigos e os clientes fiéis, fica o exemplo do modo de viver generoso e acolhedor da mulher que sempre garantiu cerveja trincando por 40 anos.
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