O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou, nesta sexta-feira (31/10), que a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) da Europa deve ser a mais ambiciosa do evento. O presidente já recebeu o texto dos países europeus com as metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e se adaptar às mudanças climáticas e afirmou que é um dever “ético” desses países já desenvolvidos de contribuir mais com o desenvolvimento sustentável do clima. Ele também comentou que acredita que a maioria dos países estarão nas conferências, com exceção dos Estados Unidos.
“Nós tivemos uma boa notícia anteontem que, pelo jeito, a Europa vai e entregar uma NDC bem ambiciosa. Isso era uma coisa muito importante porque com a ausência dos Estados Unidos que entregaram a NDC, mas foi o governo Biden. É muito importante que os países desenvolvidos mostrem o que vão fazer, porque não tem não tem sentido que os países em desenvolvimento tenham que fazer mais esforços do que os países que já puderam se desenvolver ao longo de dois séculos e meio emitindo, né? Então há aí um elemento de justiça, um elemento praticamente ético, de quem deve fazer as coisas antes e quem pode fazer as coisas antes. Então, acho que isso é uma boa notícia, eu acho que a Europa vai apresentar provavelmente a faixa mais ambiciosa”, disse Lago, na entrega do documento Contribuições Embrapa para o Mutirão Global contra a Mudança do Clima, pela Embrapa.
O levantamento de desafios e propostas da agropecuária também foi entregue ao ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, enviado da agricultura para o evento, que vai ocorrer em Belém, em novembro. A iniciativa da criação da pesquisa partiu do balanço dos “Diálogos do Clima”, encontros para discutir todos os biomas brasileiros como parte da preparação para a COP. De acordo com o documento, os impactos climáticos são realidade e assumem consequências que prejudicam não somente os aspectos econômicos, mas também a biodiversidade e a vida de milhões de pessoas.
Gerar métricas e dados científicos integrados e consistentes, priorizar políticas públicas de apoio a agricultores familiares, fortalecer a prevenção e o combate aos incêndios florestais e restaurar paisagens e conectar a agricultura aos ecossistemas estão entre os desafios levantados pela equipe da empresa. As principais propostas feitas pela pesquisa foram a resiliência e o manejo dos recursos naturais e a Bioeconomia, o investimento de tecnologias emergentes e disruptivas e a capacitação de jovens e mulheres rurais.
*Estagiária sob a supervisão de Aline Gouveia*
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