Mais da metade dos corpos das vítimas da megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, já passou por necropsia no Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro da cidade. A força-tarefa montada para acelerar o processo iniciou, nesta quinta-feira (30/10), a liberação dos corpos para as famílias, que desde cedo se concentram no local em busca de informações.
A megaoperação é considerada a mais letal da história do estado. Mais de 120 pessoas morreram, entre elas quatro agentes das forças de segurança. O IML informou que 117 corpos estão sob perícia e que foi necessário acionar bancos de dados de outros estados para cruzamento de informações, já que algumas das vítimas seriam de fora do Rio.
No início da tarde, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, da Defensoria Pública e de outras instituições devem visitar o local para acompanhar os procedimentos. A presença das autoridades foi solicitada por organizações civis que denunciam possíveis execuções e excessos policiais durante a ação.
Além da perícia oficial, técnicos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizam análises independentes nos corpos. O órgão pretende comparar os resultados com os registros das câmeras corporais usadas pelos agentes. Segundo o procurador-geral de Justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, o acesso às imagens é essencial para esclarecer as circunstâncias das mortes.
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