Segundo presentes na reunião, que durou cerca de duas horas, parte dos integrantes do governo — inclusive um ministro — defendeu a adoção da GLO pelo presidente Lula. Entre os argumentos usados para sustentar a necessidade da medida estava o de que existe uma “falência múltipla” dos órgãos de segurança no Rio de Janeiro. A medida abriria espaço para a atuação das Forças Armadas na área de segurança pública do estado.
Foi consenso, porém, que uma das principais condições para a decretação da GLO é o reconhecimento público, por parte do governador Cláudio Castro, da falta de condições do estado para controlar a segurança pública fluminense, além do pedido formal pela adoção da medida.
No início do ano, o governador do Rio chegou a pedir ao governo federal que cedesse blindados, mas nunca formalizou a solicitação da GLO. Na ocasião, a Advocacia-Geral da União (AGU) avaliou que a cessão dos blindados só poderia ocorrer por meio da decretação da medida. Lula já declarou ser contrário à sua adoção.
Entre os órgãos que se colocam contra a medida está a Polícia Federal, que participou da reunião no Palácio do Planalto. Também estavam presentes Geraldo Alckmin, enquanto presidente em exercício; os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira; das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; e da AGU, Jorge Messias; além de representantes dos ministérios da Justiça e da Defesa. O presidente Lula não estava presente porque voltava de viagem da Ásia e estava em voo.
Conforme reportagem do GLOBO, mesmo com o agravamento da crise de segurança no Rio, o Palácio do Planalto não vê, por ora, perspectiva de adoção da GLO.

