ação mais letal da história do estado tem uso de drone explosivo, comércio fechado e caos nas ruas

por Assessoria de Imprensa


A operação policial que deixou pelo menos 64 mortos (60 suspeitos e quatro policiais) no Rio, nesta terça-feira, tem números impactantes — trata-se da ação mais letal da história do estado, superando em mais do que o dobro os 28 óbitos registrados no Jacarezinho em 2021. Até o momento, também foram confirmados 93 fuzis apreendidos e 81 presos. Além dos dois policiais civis e dois PMs mortos, outros nove agentes ficaram feridos.

Durante os confrontos, além das intensas trocas de tiros, traficantes chegaram a usar drones com explosivos contra as forças de segurança. O ápice da guerra fluminense inclui ainda comércio e instituições de portas fechadas e um completo caos na volta pra casa do carioca, que, diante da escassez de ônibus — usados pelos criminosos para bloquear vias desde o início da tarde —, enfrenta trens e metrôs lotados. Muitos arriscaram longas caminhadas, de mais de uma hora.

Em outro sinal da escalada na crise, o governo estadual declarou que não tem condições de atuar sozinho e que o conflito ultrapassou o âmbito da segurança pública tradicional. Em uma demonstração inédita de poder bélico, bandidos utilizaram drones para lançar granadas contra equipes das forças especiais da Polícia Civil e da PM, em um cenário típico de guerra. Para esse “bombardeio”, é acionado um gatilho mecânico ou elétrico que libera a carga enquanto mantêm o equipamento em voo.

As intervenções de criminosos pelas vias do Rio também afetaram o retorno pós-trabalho. Com o trânsito interrompido por barricadas e interdições, o tráfego ficou lento, com retenções em diversos corredores urbanos. Além disso, a circulação de ônibus foi reduzida, o que provoca aglomerações em pontos de parada. As estações do metrô estão lotadas, e as barcas Rio- Niterói também registram grande número de passageiros.

Operação no Alemão e na Penha contra o CV tem dezenas de mortos

Operação no Alemão e na Penha contra o CV tem dezenas de mortos

Comércio e instituições fechadas

Enquanto o caos alastrava-se, portas fechavam-se no comércio e instituições por diferentes pontos da cidade e da Região Metropolitana, como em Niterói, São Gonçalo e na Baixada Fluminense. A UFRJ, a Uerj e a Universidade Federal Rural do Rio suspenderam aulas, bem como faculdades privadas como a Estácio de Sá, que paralisou as atividades em todas as suas unidades do Grande Rio.

Por causa da operação, 46 unidades de educação municipais também tiveram o funcionamento paralisado: 29 no Alemão e outras 17 no Complexo da Penha. Cinco unidades de Atenção Primária que atendem a região não chegaram nem a começar a operar.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) antecipou a saída de trabalhadores, estudantes, usuários e visitantes da instituição. As atividades foram encerradas nos campi às 15h30. Outra instituição a suspender atividades foi o Sesc RJ, nas unidades na capital e na Região Metropolitana. “A medida tem como objetivo garantir a segurança de funcionários, credenciados e do público em geral, além de colaborar com as ações das forças de segurança”, informa, em nota.

Comércio fechado e ruas desertas no Centro do Rio no fim da tarde — Foto: Alexandre Cassiano
Comércio fechado e ruas desertas no Centro do Rio no fim da tarde — Foto: Alexandre Cassiano

Até a Câmara Municipal do Rio de Janeiro suspendeu a sessão plenária prevista para esta terça-feira. Segundo a Casa, a medida visa a garantir a segurança de todos.

Bares e outros estabelecimentos do gênero também optaram por não abrir. O Bar da Gema e o Cine Botequim 2, ambos no Maracanã, estão entre eles. O segundo diz que “lamentavelmente, devido aos acontecimentos que estamos acompanhando na cidade e prezando pela segurança de nossos funcionários e clientes, não funcionaremos hoje”.



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