O advogado Sérgio Bermudes morreu nesta segunda-feira (27/10), aos 79 anos, após meses internados em decorrência de complicações respiratórias. A informação foi confirmada ao Correio por fontes próximas ao jurista.
Com mais de cinco décadas de atuação, Bermudes foi um dos mais renomados processualistas do país. Fundou, em 1969, o escritório Sergio Bermudes Advogados, hoje uma das maiores bancas jurídicas do Brasil, com sedes no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
Entre os casos de maior destaque na trajetória está a defesa de Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar em 1975. A ação resultou no reconhecimento, pela Justiça, de que o jornalista morreu sob custódia do Estado — decisão considerada um marco na história dos direitos humanos no país.
Em nota, a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) e a Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF) lamentaram a morte do jurista. “Sua partida representa uma perda irreparável para a advocacia e para o cenário jurídico brasileiro”, afirma.
Professor desde 1970, Bermudes lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e na Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas. Em 1985, integrou a comissão responsável pela revisão do Código de Processo Civil e exerceu o cargo de juiz no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
Em março deste ano, foi homenageado pela empresa britânica Chambers and Partners, que destacou a contribuição para o direito brasileiro e para a formação de novas gerações de advogados.

