Henrique diz que não se importa com comentários preconceituosos e luta pela felicidade do filho
Com apenas 4 anos, Benício Batista já sabe o que quer e não teve dúvidas quando a professora perguntou, na escola, quem queria fazer balé. Logo levantou a mão e, desde então, é o único menino da turma nas aulas de dança. Agora, o pequeno bailarino se prepara para subir ao palco pela primeira vez em novembro, durante um espetáculo no Teatro Glauce Rocha.
Benício Batista, de 4 anos, é o único menino em sua turma de balé e se prepara para sua primeira apresentação no Teatro Glauce Rocha, em novembro. O pequeno bailarino conta com total apoio de seu pai, Henrique Batista, ex-jogador de futebol de 39 anos. Apesar de enfrentar alguns questionamentos sobre sua escolha, considerada por alguns como “coisa de menina”, Benício mantém sua rotina de aulas e ensaios com entusiasmo. Seu pai defende que o mais importante é a felicidade do filho, independentemente dos rótulos ou preconceitos impostos pela sociedade.
O pai, Henrique Batista, de 39 anos, é o maior incentivador do menino. Ex-jogador de futebol e pai de quatro filhos, três meninas e Benício, o caçula, ele diz que o mais importante é ver o filho feliz, sem se preocupar com rótulos ou preconceitos.
“Ele vê as irmãs treinando desde pequeno. Uma faz ginástica artística, a outra faz balé e ele cresceu nesse ambiente. Quando perguntaram na escola quem queria fazer balé, ele levantou a mão na hora. As professoras até acharam que ele fosse desistir, mas não. Está lá até hoje e vai se apresentar junto com a irmã”, conta Henrique.
O menino começou as aulas neste ano, quando ingressou na escola, e, desde então, mantém a rotina de aprendizado e ensaios: “Ele comenta que gosta bastante, explica direitinho como faz o aquecimento, o ‘pé de bailarino’. Ele é feliz ali. E quando eu vejo isso, é o que importa pra mim”, reforça o pai.
Mesmo com naturalidade dentro de casa, Henrique reconhece que a sociedade ainda tem muito a evoluir. O pai conta que, em uma das primeiras aulas, um colega chegou a questionar o motivo de Benício fazer balé, dizendo que era “coisa de menina”.
“A professora explicou para a turma que, assim como as meninas podem fazer judô, os meninos também podem fazer balé. Mas isso mostra que ainda há muito preconceito. A gente vive numa sociedade que ainda associa certas atividades ao feminino ou ao masculino”, observa.
Cristão, Henrique acredita que a fé também o ensina a respeitar as diferenças. “Jesus nunca discriminou ninguém. Então, ver até cristãos reproduzindo esse tipo de preconceito é muito ruim. O que eu tento passar para os meus filhos é o contrário. Quero que cresçam respeitando e sendo respeitados”, destaca.
“O que os outros pensam, sinceramente, não me importa. O que importa é a felicidade dos meus filhos. Se algum dia eu ouvir algo diretamente de alguém, vou ficar tranquilo e tentar, de alguma forma, educar a pessoa. Acho que isso é o que devemos fazer, especialmente com essa geração mais nova. ‘Formar pessoas melhores’, afirma.”
Enquanto Benício ensaia para sua estreia nos palcos, o pai garante que vai estar na plateia vibrando como o maior fã. “Pode ser que ele não vire um bailarino, mas pode ser que se torne um grande profissional e, por isso, esse momento é importante. O esporte, a dança, a cultura… tudo isso ajuda a formar quem a gente é. E eu quero estar do lado dele em cada escolha”, finaliza.

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