Após vitória nas eleições legislativas, Milei afirma que Argentina ‘não quer voltar ao populismo’

por Assessoria de Imprensa


No primeiro discurso após a vitória de seu partido, o Liberdade Avança (LLA) nas eleições legislativas deste domingo, o presidente da Argentina, Javier Milei, disse que o país “deixou para trás 100 anos de decadência”, e que não quer mais “voltar ao populismo” . Com o governo sob pressão, o resultado foi considerado surpreendente: o LLA terminou na frente em 16 das 24 províncias, e o presidente terá mais fôlego no Parlamento a partir de dezembro, quando assumem os novos deputados e senadores. A participação foi a mais baixa desde a redemocratização do país: 67,85%.

— Hoje, claramente foi um dia histórico, o povo argentino decidiu deixar atrás 100 de decadência. Hoje começa a construção da grande Argentina — disse o presidente, em fala na sede da campanha do LLA, em Buenos Aires. — Agradeço aos 10 milhões de argentinos que nos acompanharam. Este resultado não teria sido possível sem cada um dos membros deste governo. Agradeço a cada um deles.

Com quase 100% dos votos apurados, os governistas conquistaram 40,76% dos votos para a Câmara, bem à frente da Força Pátria, peronista, que recebeu 31,62% — cerca de metade das cadeiras estava em disputa. No Senado, onde um terço dos assentos será renovado, o partido de Milei conseguiu 42,42% dos votos, contra 28,48% do peronismo/kirchnerismo.

— Temos o prazer de saber que, em muitas províncias, a segunda maior força não foi o kirchnerismo, mas o partido governante provincial. São atores racionais e pró-capitalistas, e um mais um é igual a dois. Gostaríamos de convidar os governadores que serão representados para discutir esses acordos em conjunto — declarou, em uma referência aos muitos problemas no diálogo com os governos provinciais.

A campanha se baseou em uma escolha entre Milei e o kirchnerismo, classificado por ele como um símbolo do populismo e da decadência econômica do país.

— Os argentinos demonstraram que não querem voltar ao populismo, populismo nunca mais — afirmou o presidente.

Uma das maiores surpresas foi o triunfo do LLA na província de Buenos Aires, onde vive um terço do eleitorado nacional, por 41,53% dos votos contra 40,84% do peronismo, que em 7 de setembro passado derrotou Milei em eleições legislativas regionais. Milei, que hoje tem 37 deputados, terá mais de 90 cadeiras na Câmara, junto a aliados do Proposta Republicana (Pro), partido do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019). Deste total, 64 serão do partido governista. No Senado, onde a LLA não tinha nenhum membro, o governo passará a ter 13 senadores.

— Este resultado é a confirmação do mandato de 2023. O país confirmou sua decisão de mudar de forma irreversível o destino da pátria — disse o presidente, diante de seus apoiadores, já antecipando planos para o restante de seu mandato, que vai até 2027.— Nos próximos dois anos, temos de aprofundar o caminho reformista para consolidar o crescimento e fazer grande a Argentina novamente. O novo Congresso será fundamental para destacar esse novo rumo.

Apesar de não ter maioria, o governo conquistou o chamado “terço” na Câmara, que lhe permitirá derrubar vetos presidenciais, algo que se tornou rotina no mandato do libertário, e também terá os votos necessários para barrar iniciativas mais agressivas, como processos de impeachment.



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