De acordo com os primeiros dados oficiais da eleição legislativa realizada neste domingo na Argentina, com mais de 90% das mesas de votação apuradas, o partido A Liberdade Avança (LLA) do presidente Javier Milei obteve uma surpreendente vitória, conquistando 40,83% na disputa por quase a metade da Câmara, superando amplamente a peronista Força Pátria, que conseguiu 31,62%. No Senado, onde foi renovado um terço das cadeiras, o partido Milei conseguiu 42,58% dos votos, contra 28,57% do peronismo/kirchnerismo. Existe expectativa sobre o discurso de Milei após os resultados.
O partido governista venceu o pleito em 16 das 24 províncias argentinas, e uma das maiores surpresas foi o triunfo de LLA na província de Buenos Aires, onde vive um terço do eleitorado nacional, por 41,53% dos votos contra 40,84% do peronismo, que em 7 de setembro passado derrotou Milei em eleições legislativas regionais.
O governo não terá maioria parlamentar, mas conquistou o desejado terço na Câmara, chamado de escudo legislativo. Com ele, a Casa Rosada poderá impedir que vetos do presidente sejam derrubados, como aconteceu várias vezes nos últimos meses, e terá, a partir de 10 de dezembro, os votos necessários para frear, por exemplo, tentativas de impeachment do presidente.
Milei, que hoje tem 37 deputados, passará a controlar mais de 90 cadeiras na Câmara, junto a aliados do Proposta Republicana (Pro), partido do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019). Deste total, 64 serão do partido governista. No Senado, onde a LLA não tinha nenhum membro, o governo passará a ter 13 senadores.
A vitória de Milei, segundo analistas locais, se explica, principalmente pela forte campanha da Casa Rosada para transformar o pleito numa disputa entre o partido do presidente e o kirchnerismo. O medo a uma volta ao passado penetrou em amplos setores da sociedade argentina.

