A indefinição de Jair Bolsonaro sobre o nome que apoiará para representá-lo em 2026 tem atrapalhado a formação de alianças políticas estaduais e enfraquecido os partidos de direita. Essa é a avaliação de lideranças de siglas que apoiam o ex-presidente, inclusive do PL, a legenda de Bolsonaro.
Os mandachuvas políticos têm se queixado da dificuldade de montar palanques para a disputa dos governos estaduais por não haver definição sobre quem representará a direita na corrida contra Lula. A leitura é que essa indefinição tem ajudado os partidos de centro-esquerda a articularem uma política mais azeitada nos estados para as eleições do ano que vem, consolidando palanques mais fortes espalhados pelo Brasil.
Um dos exemplos citados é o Rio de Janeiro. Sem a definição de quem será o candidato de Jair Bolsonaro, o PL não conseguiu bater o martelo sobre um nome para lançar no estado e passou a avaliar a possibilidade de apoiar a candidatura de Eduardo Paes (PSD) no ano que vem. O prefeito do Rio é aliado de Lula e já conta com o apoio do PT.
— Essa indefinição do projeto nacional desarruma os cenários nos estados e isso fortalece Lula porque a direita está perdendo palanques — resumiu uma liderança do PL.
A solução defendida por esses correligionários é que Bolsonaro defina até novembro o nome que vai concorrer com seu apoio ao Palácio do Planalto. Para esses líderes partidários, se o ex-presidente demorar mais do que isso para bater o martelo, o representante da direita não terá tração nos estados e nem força para alavancar sua candidatura contra Lula.
Hoje, os nomes preferidos desse grupo são os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ratinho Júnior (Paraná). Apesar da resistência da classe política, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também passou a ser considerada como opção.
— Michelle não seria o ideal, mas é melhor ela do que seguir nessa indefinição — resumiu um líder partidário de direita.